Era quase meia-noite desta segunda-feira (25/10) quando a pequena Goiatuba, no interior de Goiás, acompanhou o enterro de Huber Carlos Rodrigues. O homem, um pastor da cidade, morreu ainda na sexta-feira (22/10) - por complicações da COVID-19 - mas ficou em uma câmara refrigerada na funerária Paz Universal durante três dias. A razão? Rodrigues deixou um documento, datado de 2008, afirmando que ressuscitaria às 23h30, três depois da sua morte. A ressurreição não ocorreu e o enterro do pastor, durante a madrugada, acabou viralizando nas redes sociais.
Até uma live foi realizada para acompanhar o "evento". A transmissão durou pouco mais de 1h36:
Nesta terça-feira (26/10), o jornal paulista O Globo realizou uma entrevista com o gerente da funerária, José Dourado, que retificou a fé na ressurreição do pastor: "Como cristão, acreditei que pudesse acontecer um milagre. A gente vive e está todo dia aprendendo. Na Bíblia, está escrito que é possível. Aconteceu com Lázaro. A gente que tem fé acredita. Deus pode tudo, ele tira uma montanha de um lugar e coloca no outro, nada é impossível para ele. Mas infelizmente não aconteceu".
"A gente fez a vontade da família, estamos aqui para atender da melhor maneira os parentes. Eles apresentaram um documento, com testemunhas e tudo, em que o morto pedia para aguardar três dias pelo sepultamento. Lázaro também ressuscitou depois de três dias".
A declaração
O portal g1 teve acesso ao "documento" (uma declaração) assinado por Rodrigues ainda em 2008 e outras duas testemunhas. Foi este conteúdo que justificou a espera de três dias para o enterro do pastor.
No papel, o homem diz que teve revelações e que o Espírito Santo assegurou que ele ressuscitaria às 23h30 do terceiro dia da sua morte: "Minha integridade física tem que ser totalmente preservada, pois ficarei por três dias morto, sendo que no 3ª dia, eu ressuscitarei. Meu corpo durante os três dias não terá mau cheiro e nem se decomporá (sic), pois o próprio Deus terá preparado minha carne e meu cérebro para passar por essa experiência".