A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) exortou a comunidade internacional a ampliar o fluxo de recursos aos países em desenvolvimento, com objetivo de ajudá-los no financiamento da adaptação climática.
As recomendações contam na segunda parte do Relatório de Comércio e Desenvolvimento, divulgado nesta quinta-feira, 28, às vésperas da Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-26), que começa no próximo domingo, em Glasgow, na Escócia.
Entre os pontos em negociação durante o evento estará o apoio de US$ 100 bilhões por ano às nações mais vulneráveis. A Unctad, contudo, defende que esse auxílio alcance US$ 300 bilhões até 2030 e também alerta que o setor privado não será capaz de avançar essa agenda sozinho.
De acordo com a instituição, os países em desenvolvimentos enfrentam perdas decorrentes de riscos climáticos até três vezes maiores que os mais ricos. Por isso, a Conferência entende que esses governos precisam adotar políticas industriais voltadas para transição à economia verde.
BCs em foco
A Unctad argumenta que os bancos centrais têm um importante papel nesse processo e devem evitar que as ações voltadas para recuperação da pandemia de covid-19 sejam calcadas em alternativas dependentes da emissão de carbono.
"Medidas de estímulo para aumentar a liquidez que não estão alinhadas com as ambições do Acordo de Paris podem agravar os já existentes riscos relacionados ao clima nas carteiras de instituições financeiras e no sistema financeiro como um todo", adverte.
A entidade pede ainda que os BCs parem de beneficiar atividades com pegada de carbono elevada, enquanto "penaliza" os que emitem pouco CO2. "Além de regular adequadamente o setor financeiro, os bancos centrais devem usar uma gama mais ampla de ferramentas para criar e orientar o financiamento para atividades verdes", destaca o texto.
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