O vídeo de um casal que quebrou um guichê no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, viralizou nas redes sociais nesta terça-feira (2/11).
O caso ocorreu após o grupo de passageiros do voo G3-1324, da Gol, ficar seis horas dentro da aeronave em solo.
Ela conta que com um bebê recém-nascido, as roupas e artigos de primeira necessidade que carregava na mala de mão não foram o suficiente para as seis horas que passaram dentro do avião.
“Eu quebrei (o guichê), assumo. Eu perdi o controle, mas quis pagar na hora e reforcei isso na delegacia”, enfatiza. “Foi o desespero de uma mãe. Só de eu lembrar o que meu filho sofreu ali dentro… Ele não parava de chorar eu não podia fazer nada”.
O casal foi encaminhado à Polícia Civil e o caso, registrado com a natureza criminal, está em andamento. Segundo a mulher, a família pagará pelo que foi quebrado.
A exposição à COVID-19
Kênia conta, ainda, que a reação foi uma resposta às horas de estresse e exposição do filho a possíveis vírus e doenças e relembra: “Ainda vivemos uma pandemia, as pessoas começaram a tirar as máscaras dentro do avião”.
Ela e o marido lavavam a mamadeira do bebê no banheiro, que utilizavam a cada duas horas. A família estava retornando de Florianópolis onde o pai, consultor, trabalha. O planejamento era de uma viagem rápida e que não expusesse o bebê a possíveis riscos.
“Meu medo era ele pegar alguma doença, ele ainda não tomou todas as vacinas”, lamenta.
Com o estresse, Kênia passou mal, desmaiou e foi auxiliada pelos demais passageiros. Após algumas horas, ela finalmente teve acesso às malas e ao carrinho do bebê.
O retorno para casa
Após as seis horas dentro da aeronave, a companhia aérea encaminhou os passageiros ao saguão do aeroporto. De acordo com a família, a Gol, após a confusão, afirmou que pagaria um jantar para o casal e o restante do grupo e os encaminharia para um hotel.
No entanto, Kênia compartilha a indignação sobre a assistência prestada pela empresa. “Eles deram uma barrinha, um biscoito e um suco como jantar, à 1h30 da manhã”, afirma. “Somente às 5h da manhã fomos levados a um hotel”.
No dia seguinte, ao retornar ao aeroporto, ainda na sala de embarque, o casal foi abordado por quatro funcionários da companhia que afirmaram que eles não poderiam embarcar no novo voo, marcado para o fim da tarde.
“Falaram alto nossos nomes e que não embarcaríamos na aeronave porque não éramos bem-vindos. Fomos tirados e constrangidos em frente a todos os passageiros”, conta.
Kênia, o marido e o bebê foram realocados em um novo voo de outra companhia, em um horário mais tarde. “A intenção era ficar perto do pai e ele trazer a gente de volta e aconteceu tudo isso”, finaliza.
Resposta da Gol
"A GOL informa que, após a decolagem, o voo G3 1324 (Guarulhos - Confins), na noite de segunda-feira (1º/11), precisou retornar ao Aeroporto de Guarulhos, por conta das condições meteorológicas adversas em Confins. A companhia ressalta que ofereceu o suporte necessário a todos os clientes e acomodou os passageiros para seguir viagem em voos programados para a terça-feira (2).”
A reportagem também perguntou se algum funcionário do guichê ficou ferido durante o quebra-quebra no terminal. “Nenhum funcionário ou cliente se feriu depois do incidente”, respondeu a assessoria”. “Reforçamos também que todos os procedimentos tomados foram para garantir a segurança de todos”, pontuou.