Um estudo inédito feito por uma indústria fabricante de papel higiênico aferiu o conhecimento do brasileiro sobre o acesso ao saneamento básico no País. O resultado é estarrecedor: a pesquisa revelou que sete em cada dez brasileiros desconhecem qual parcela da população está sem saneamento seguro.
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O programa Banheiros Mudam Vidas no Brasil, respónsável pelo estudo, entrou recentemente em um movimento articulador que reúne parceiros para dialogar e encontrar soluções para o saneamento básico no país.
O levantamento entrevistou 1.002 pessoas de norte a sul do país, de forma online.
“Há mais de cinco anos, a Kimberly-Clark apresenta uma jornada de forte atuação do programa Banheiros Mudam Vidas no Brasil, com iniciativas que já possibilitaram o acesso a banheiros seguros, água potável e educação sobre higiene a mais de 1.200.000 pessoas em comunidades vulneráveis no país”, declara Andréa Rolim, presidente da Kimberly-Clark no Brasil.
“A falta de saneamento afeta a saúde e a dignidade de bilhões de pessoas em todo o mundo e, como companhia, queremos colaborar para transformar essa realidade, para ampliar ainda mais as ações concretas, conversas e fomentar articulações entre diversos atores em torno de um futuro mais sustentável e saudável para toda a sociedade.”, continua a executiva.
Pandemia
Parte do subdimensionamento da situação apontado pela pesquisa pode ser relacionada à falta de contato com essa realidade. Quase 40% dos entrevistados afirmam sempre ter tido acesso ao serviço e, portanto, esse não seria um tema sobre o qual refletem, normalmente.
Os problemas que mais ocupam o pensamento dos entrevistados, atualmente, estão diretamente relacionados ao contexto da pandemia da COVID-19: saúde (33%), educação (21%) e desemprego (10%) são os mais indicados espontaneamente. E, apesar de ocupar apenas a 9ª posição neste quesito – citado espontaneamente por 2% das pessoas -, quando comparado a outros itens de primeira necessidade, o saneamento lidera as menções, aparecendo como mais importante para 60%, à frente de energia elétrica (28%), gás de cozinha (8%) e celular com internet (4%).
Ao delimitar os principais pontos que o país deveria resolver nos próximos 10 anos, o tema também ganha importância, subindo para 5º lugar na lista de prioridades. 90% acreditam que o Brasil só vai conseguir evoluir como país quando um serviço como saneamento for universal a toda população brasileira.
Saúde
Esses resultados podem ser associados à percepção de que o investimento em saneamento básico impacta diretamente a saúde (88%) e o meio ambiente (86%), evitando doenças e problemas de saúde (70%) e poluição de solos e rios (50%). Por outro lado, as pessoas entendem que a falta do serviço afeta negativamente a prevenção de doenças (89%) e a educação (65%).
Apesar disso, 80% ainda enxergam o saneamento como um problema estrutural que não será resolvido no curto prazo. Para 90% das pessoas, a iniciativa privada deve se posicionar ativamente para ajudar a minimizá-lo, e, para 92%, mudar essa realidade depende de um esforço coletivo que envolva governo, empresas e cidadãos. Entretanto, mais da metade dos indivíduos não conhece iniciativas – de caráter público ou privado – que buscam solucionar o problema de saneamento do Brasil, e 74% não sabem como poderiam contribuir.
O resultado da pesquisa reforça a percepção do saneamento básico como uma questão de interesse coletivo e, apesar de 74% dos respondentes creditarem a responsabilidade por esses serviços às prefeituras municipais, é importante a participação e apoio de toda a sociedade para enfrentar o problema.
Nesse sentido, o programa Banheiros Mudam Vidas traz, para 2021, um movimento que articula novas parcerias com organizações e entidades de diferentes partes do país para levar saneamento para mais famílias, além de incentivar o engajamento da sociedade por meio da criação de uma plataforma de financiamento coletivo, que vai reunir doações para as mesmas entidades e projetos que serão apoiados pela Kimberly-Clark esse ano.