“Leve um livro, solte a mente. Deixe outro, me alimente”, é o que está escrito em letras garrafais na porta de uma geladeira velha em Crato, no Ceará. O eletrodoméstico parado na calçada chama a atenção da população que caminha pelas ruas da cidade.
Longe de tomadas de energia e sem alimentos em seu interior, a geladeira colorida estampada com um girassol tem, na verdade, livros em suas prateleiras. A ideia foi de Fernando Filho, um menino de 7 anos, apaixonado pelo universo da literatura.
A ideia do projeto Geladeira Cultural é que a eletrodoméstico inutilizado facilite o acesso da população a livros e revistas enquanto, ao mesmo tempo, impulsione o sentimento de coletividade e partilha entre a comunidade.
Para pegar um livro, basta abrir a geladeira e escolher dentre as dezenas de obras disponíveis. No entanto, a regra é clara: o bom senso. “Retire, leia e devolva”, diz o papel pregado bem na porta.
O projeto também incentiva a doação de livros. “Se quiser, pode doar ou trocar", é o que reitera mais uma mensagem colada.
À imprensa, Fernando contou que se inspirou em uma biblioteca a céu aberto que visitou na Chapada do Araripe, também no Ceará. Na cidade, geladeiras também eram usadas como estantes de livros para a população.
O menino contou com a ajuda dos pais e dos vizinhos, que colocaram a “mão na massa” para estilizar o refrigerador e divulgar a ação. Em poucos dias, dezenas de livros foram doados para o projeto, que não para por aqui. De acordo com Fernando, o próximo passo é criar uma Geladeira Escolar, só com livros didáticos.