Jornal Estado de Minas

VITIMISMO?

Presidente da Palmares chama Zezé Motta e Djavan de 'pretos vergonhosos'

Nesta terça-feira (16/11), o atual Presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, utilizou o Twitter para manifestar ofensas contra a atriz e cantora Zezé Motta e contra o cantor Djavan. Sérgio, que se autodenomina 'preto de direita, antivitimista', compartilhou uma foto dos artistas, na qual utilizavam uma camiseta da campanha 'Imagine a dor, advinhe a cor', iniciativa antirracista.



Em seu Twitter, o presidente da Fundação os chamou de 'pretos vergonhosos', e afirmou que não há nenhuma dor exclusiva ou específica por conta da pele negra. Ele acredita que as pessoas que pensam dessa forma são na verdade 'racistas ou imbecis'.

Após a repercussão, Sérgio Camargo apagou os tweets ofensivos (foto: Reprodução/Twitter)

Através de suas redes sociais, Camargo utiliza de forma recorrente o espaço para afirmar que negros precisam de mais autoconfiança e menos vitimização. "Quem sente dor porque é negro precisa se tratar. Eu me sinto muito bem", escreveu em seu Twitter.

Em resposta às ofensas, Zezé Motta afirmou que, são os 'pretos vergonhosos', como chamados pelo presidente, que lutam todos os dias para que a Fundação Palmares continue com a filosofia, ideologia e a linha de ação política.





"Temos sim, uma dor ancestral, uma luta que, pelo visto, não vai acabar tão cedo, devido à 'contribuição nefasta' de certos tipos, que só contribuem para um retrocesso que só interessa ao jogo da podridão que só favorece aos jogos de interesses que são contra o avanço e o esclarecimento do nosso povo.", escreveu Zezé Motta em suas redes sociais.


Além disso, Motta também utilizou as redes sociais para manifestar a sua concepção contrária à de Sérgio Camargo. 

"Uma dor ancestral. Existe sim! Uma "dor ancestral " de todo povo negro/afrodescendente, que continua vigente, que "nós os não alienados" resistentes, que lutamos por um país, por um mundo melhor, sem desigualdades, sem meritocracias, sem alienados que ocupam cargos extremamente significativos nas Instituições que só nos dizem respeito, que são de extrema importância para a história do nosso povo", afirmou.





Para a atriz e cantora, estamos passando por um retrocesso e desrespeito a comunidade.

Depois da repercussão, Sérgio Camargo apagou os tweets ofensivos a Zezé Motta e Djavan, mas continuou a utilizar o Twitter para criticar a campanha.

*Estagiário sob supervisão do subeditor Daniel Seabra
(foto: Reprodução/Instagram)

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