Antes mesmo da abertura dos portões, previsto para o meio-dia, os candidatos que fariam a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já se concentravam no entorno do prédio da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), no bairro do Maracanã, na zona norte da capital fluminense.
A estudante Luiza Miranda Fernandes, de 18 anos, mora a apenas 10 minutos de distância do local da prova, no bairro do Grajaú, mas chegou à Uerj ainda no fim da manhã, como parte do esforço de afastar a ansiedade.
"Estou muito nervosa. Eu me preparei, mas vejo o tanto de gente tentando (a prova) também e fico ansiosa", contou Luiza, candidata a uma vaga de graduação no curso de Enfermagem. "Chegamos antes para acalmar, para respirar, para esperar com mais tranquilidade", relatou.
A jovem estava acompanhada pela mãe, Fabrícia Miranda, que não poupou esforços para motivar a filha. Ela esperaria à porta da universidade até que a estudante terminasse a prova, que se estende de 13h30 às 19h.
"É essencial nesse momento tão importante para eles que a gente esteja ao lado dando apoio, passando tranquilidade", disse Fabrícia, que relatou ter evitado no noticiário recente sobre os problemas envolvendo a organização do Enem, para evitar transmitir ansiedade para a filha às vésperas da prova. "Preferi não focar nisso não só pela minha ansiedade como mãe, mas também para não passar isso para ela. Quero passar tranquilidade, porque ela está muito ansiosa".
A estudante Maria Vitória Damasceno, de 19 anos, também teve o apoio da família no dia de prova. Ela chegou acompanhada pelo pai e pelo irmão à universidade, onde presta o concurso para uma vaga na graduação em Direito.
"Não estudei como gostaria, por conta do trabalho e do concurso para o Banco do Brasil, mas vou na fé e na força", declarou. "Prefiro chegar antes, relaxar, dar uma estudada, do que chegar atrasada", completou.
O estudante Pedro Henrique de Amorim, de 18 anos, que tenta uma vaga no curso de Psicologia, relata não saber o que esperar da prova, especialmente depois de tantas notícias recentes sobre turbulências envolvendo o processo seletivo.
"Acho que a redação vai ser o maior desafio", contou Pedro Henrique.
A pensionista Maria do Socorro de Carvalho, de 83 anos, esbanjava disposição na sua terceira tentativa de conquistar uma vaga na universidade através do Enem. A cearense pretende cursar a faculdade de Administração.
"É o meu sonho", declarou Maria do Socorro. "Não importa a idade, o importante é a força de vontade", concluiu.
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