Detectada recentemente na África do Sul, a nova variante B.1.1.529 do Coronavírus tem causado preocupações sobre o seu risco à saúde. Descoberta pelo Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul (NICD), a nova cepa foi caracterizada pelo maior número de mutações detectadas até agora.
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Bolsonaro fala em nova onda de covid, mas descarta fechar aeroportosForças de segurança preparam ação contra garimpo ilegal no rio MadeiraEm áudios, garimpeiros em rio na Amazônia falam em tocaia contra políciaInfectologista de BH sobre a Ômicron: 'Não vale a pena correr nenhum risco'Passageiros são evacuados pela saída de emergência depois de pane em aviãoCDC não coleta dados de pessoas reinfectadas transmitindo COVID-19Em entrevista à reportagem, o epidemiologista, Geraldo Cunha Cury, professor na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirmou que ainda é muito cedo para identificar a gravidade da situação, mas declara que assim como a variante delta, essa nova cepa pode sim se tornar um problema, principalmente se as pessoas não estiverem vacinadas.
"O que se sabe é que é um risco. É um risco porque na África do Sul, por exemplo, tem poucas pessoas vacinadas, o percentual de vacinação lá é muito baixo. Isso vira um caldo de produção de novas variantes", ressaltou Cunha.
Com a descoberta da nova variante, surgem perguntas em torno da vacinação e a sua eficácia contra a nova cepa. Geraldo acredita que em países com a vacinação mais avançada é esperado uma introdução menor da variante na população.
"Em países em que a vacinação está muito avançada, a chance da variante penetrar nessa população é muito menor. Não é falar que não existe, mas ela é muito menor", pontuou.
Nessa nova variante foram detectadas 50 mutações, principalmente na proteína do spike, onde foram contabilizadas mais de 30. Segundo o epidemiologista, esse é um local comum de muitas mutações, mas ainda assim, não se pode presumir o nível de adoecimento da população apenas pela quantidade de mutações. Contudo, ele alerta que na África do Sul, a nova variante já tem predominado até mesmo em relação a variante delta.
"É uma coisa que chama muita atenção e requer muito cuidado. Volta a questão central. Rapidamente as pessoas têm que ser vacinadas com as duas doses e os adultos com a dose de reforço, inclusive como já foi determinado pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC)", finalizou.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira