A vacina Coronavac contra a COVID-19 é segura e capaz de provocar uma resposta imune significativa em crianças e adolescentes, de 3 a 17 anos, conforme estudos de cinco países: China, África do Sul, Chile, Malásia e Filipinas. Conforme o Instituto Butantan, que desenvolve a vacina no Brasil junto à farmacêutica Sinovac, estudos avaliaram o imunizante em mais de duas mil pessoas, de seis meses a 17 anos, desde outubro deste ano.
O objetivo, segundo o Butantan, é fornecer base científica sólida para que os países realizem com segurança a imunização dos mais novos. Com os primeiros resultados clínicos, China, Hong Kong e Chile já autorizaram o uso da imunizante na faixa etária.
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SP deve anunciar ainda hoje medidas de combate contra a Ômicron, diz GabbardoVariante Ômicron provoca cancelamento de réveillon na cidade de SPSP manterá exigência do uso de máscaras em espaços abertos, afirma DoriaOs primeiros resultados clínicos do estudo que envolve África do Sul, Chile, Malásia e Filipinas, mostraram que a vacina tem um bom perfil de segurança entre os participantes. Entre os que ainda não têm 3 anos completos, a pesquisa continua em andamento.
O Butantan informou, ainda, que a incidência de efeitos adversos após a segunda dose foi menor do que os posteriores à primeira. Dor no local da injeção, dor de cabeça e febre foram os mais frequentes. Não houve reações adversas graves, suspeitas e inesperadas, disse.
Recentemente, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas declarou que a Coronavac "é a vacina mais segura" para a faixa etária. Segundo ele, essa é a vacina mais aplicada no mundo e que "já estamos próximos de 70 milhões de crianças e adolescentes" imunizados com ela.
Em 18 de agosto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou a autorização para a aplicação da Coronavac na população pediátrica. Segundo o órgão regulador, na época, o perfil de segurança da vacina na faixa etária não foi suficientemente demonstrado pelo Instituto Butantan nos dados enviados.
China
Os ensaios clínicos das fases 1 e 2 realizados na China foram publicados no periódico científico The Lancet Infectious Diseases. Os dados, conforme o Butantan, demonstraram que a Coronavac é segura para a população de 3 a 17 anos e pode induzir uma forte produção de anticorpos nessa faixa etária.
O estudo avaliou 550 crianças (71 na fase 1 e 479 na fase 2) que tomaram duas doses do imunizante em um intervalo de 28 dias. As análises apontaram que a vacina foi capaz de gerar anticorpos em 96% dos voluntários após 28 dias da aplicação da segunda injeção.
Na fase 1, nenhum dos participantes tinha anticorpos contra o vírus, 28 dias após a vacinação, 100% deles apresentaram anticorpos.
Na fase seguinte, alguns voluntários receberam duas aplicações com dosagens menores (1,5µg) e outros receberam maiores (3µg). No primeiro grupo, 95% dos participantes apresentaram anticorpos; no segundo, o número foi de 100%. Por isso, disse o Butantan, os pesquisadores optaram por seguir apenas com a dosagem mais alta no ensaio clínico de fase 3.
As reações adversas foram de leves a moderadas. Dor no local da aplicação e febre foram as mais comuns - com desaparecimento dos sintomas em até 48 horas. 27% dos participantes relataram efeitos colaterais. Na China, houve apenas um caso de evento adverso grave, não associado à vacina - uma criança teve pneumonia após receber placebo.