Falso: Estudo não demonstra lesões em órgãos humanos decorrentes de vacina contra a COVID-19, como alegado por médica em apresentação na Assembleia Legislativa de São Paulo. A afirmação foi desmentida pelo autor do artigo. Além disso, não há evidências de que as vacinas possam ser responsáveis por gerar inflamações nos vasos sanguíneos. Por fim, casos de miocardite associados ao imunizante são raros e há maior chance de desenvolver essas doenças quando se contrai a COVID-19, sem a vacinação.
Conteúdo verificado: Circula pelo Kwai e pelo WhatsApp um vídeo de uma médica antivacina, alvo de outras verificações do Comprova. Desta vez, ela aparece em um evento na Assembleia Legislativa de São Paulo mostrando imagens de autópsias e fazendo diversas afirmações falsas sobre as vacinas contra a COVID-19.
Médica antivacina faz declarações falsas contra as vacinas desenvolvidas para combater a COVID-19 em um vídeo que circula por WhatsApp e pelo Kwai.
Já no início do vídeo, a médica Maria Emilia Gadelha Serra apresenta parte de um estudo para defender a tese de que os imunizantes causam lesões em órgãos humanos. O autor do artigo, contudo, negou ao Comprova que essa seja a conclusão da análise, explicando que o estudo, na verdade, atesta que a vacina deu imunidade a um paciente que morreu por embolia pulmonar, não associada ao imunizante e nem à COVID-19.
A médica expôs, ainda, foto e vídeo de autópsias que seriam, supostamente, de pessoas que tiveram complicações nos vasos sanguíneos e sustenta que elas vieram a óbito por conta dos imunizantes.
Não são informadas as fontes dos estudos relacionados às imagens apresentadas, portanto, não foi possível assegurar que, de fato, se trate de uma cena gravada com pacientes que tiveram problemas gerados pelas vacinas, e sequer identificar se o vídeo se trata de um procedimento realizado em território nacional.
O médico Amaro Nunes Duarte Neto, doutor em patologia, membro da Sociedade Brasileira de Patologia e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), analisou as imagens e afirma não ser possível determinar, visualmente,, qualquer relação dos óbitos com as vacinas, explicando ser necessário haver uma integração do histórico clínico do paciente para estabelecer nexo causal.
Procurada, a Anvisa ressaltou que os dados de reação adversa e outros estudos não alteram o perfil de segurança conhecido para as vacinas em uso no país e que já foram publicados alertas sobre ocorrências de casos raros de trombose, miocardite e pericardite.
Ao ser procurada, a médica não respondeu aos questionamentos do Comprova sobre a origem das imagens e nem as encaminhou para que a reportagem conseguisse verificar os metadados - informações presentes em fotos e vídeos que mostram quando o registro foi feito, por quem e em que local.
O Comprova considerou o conteúdo falso porque é inventado ou sofreu edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira.
Como verificamos?
De início, a reportagem foi em busca das imagens apresentadas pela médica e identificou onde foi gravado o vídeo, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). As procuras ocorreram tanto nas redes sociais - Facebook, Instagram, Telegram e Twitter -, quanto por meio de ferramentas específicas para localizar a origem de imagens, como o InVid.
Na sequência, foram procuradas a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) -, que afirmou monitorar os raros casos de efeitos adversos ligados às vacinas -, e as farmacêuticas Pfizer e AstraZeneca.
O Comprova entrou em contato com Torsten Hansen, autor de um dos estudos citados pela médica, e entrevistou o médico Amaro Nunes Duarte Neto, doutor em Patologia.
O patologista Peter Schirmacher, também citado pela médica Maria Emília Gadelha, e a própria foram procurados, mas não se manifestaram.
Por fim, foram consultadas verificações anteriores do Comprova e de agências que já haviam verificado conteúdos semelhantes aos citados pela médica.
O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a COVID-19 disponíveis no dia 2 de dezembro de 2021.
Verificação
Médica é desmentida por autor de estudo citado por ela
No início do vídeo aqui verificado, a médica mostra um estudo postmortem com paciente vacinado contra a COVID-19 e diz ter havido lesões em praticamente todos os órgãos analisados: língua, pulmões, cérebro, traqueia, miocárdio, coração e rins. Ela declara ter sido o primeiro caso publicado na literatura médica e dá a entender que a causa dessas lesões seria a vacina.
Trata-se do "Primeiro caso de estudo post mortem em um paciente vacinado contra Sars-CoV-2", publicado no International Journal of Infectious Diseases, em 16 de abril de 2021. O documento não trata, no entanto, do assunto ao qual se refere a autora do vídeo.
O Comprova conversou com um dos autores, Torsten Hansen, do Instituto de Patologia do Hospital da Universidade de Bielefeld, na Alemanha, que declarou não ser verdade o que disse a médica brasileira. "O oposto está certo... a vacina (primeira dose, vacinação incompleta!) levou à imunogenicidade", declarou. Ou seja, foi possível observar que o paciente, de 86 anos, criou imunidade contra a COVID-19 após ter sido vacinado.
Ele encaminhou à reportagem, também, uma resposta anterior que os autores do estudo enviaram ao site americano FactCheck.Org, que analisou afirmações falsas feitas por um apresentador de programa de rádio sobre o mesmo estudo.
Conforme os autores, não houve nenhum achado específico que pudesse ser interpretado como efeito colateral da vacinação. Eles acharam interessante revelar, na verdade, um primeiro resultado por meio de relato de caso sobre que tipo de imunidade pode ser estabelecida após a primeira vacinação. Dessa forma, o estudo nada tem a ver com lesões supostamente provocadas pela vacina.
Eles explicam que o paciente recebeu a primeira dose da vacina da Pfizer e duas semanas e meia depois desenvolveu diarreia, sendo internado. Nesse ínterim, nenhum efeito colateral importante da vacina foi observado.
Durante a internação, o homem foi testado positivo para SARS-CoV-2 e, dois dias depois, morreu de pneumonia bacteriana. "O fato de o paciente, no exame de autópsia, não apresentar quaisquer sinais característicos para COVID-19, embora sendo positivo para Sars-CoV-2, nos tentou a analisar a imunogenicidade, mostrando resposta relevante de anticorpos", informaram.
Ainda segundo eles, foi levado em conta que o paciente só recebeu a primeira dose de vacina, portanto, a imunogenicidade não estaria totalmente estabelecida, uma vez que isso só ocorre passadas duas semanas da aplicação da segunda dose.
Os autores afirmam terem concluído que o paciente morreu em decorrência de pneumonia bacteriana e não de COVID-19, apesar de ter testado positivo para a presença do vírus Sars-CoV-2. "Sugerimos que a resposta imune devido à vacinação foi capaz de prevenir (o desenvolvimento da doença) covid-19".
Por fim, alertam que se trata de uma publicação de relato de caso, o que significa que foram apresentados dados interessantes de um único paciente e, sem dúvida, é necessária uma investigação mais aprofundada, incluindo cortes maiores de pacientes vacinados. "Portanto, nossos resultados devem ser interpretados com cuidado".
Patologista só sugeriu que fossem realizadas mais autópsias em vacinados
A médica antivacina também apresenta um slide contendo a foto do patologista-chefe da Universidade de Heidelberg, Peter Schirmacher, e um texto afirmando que ele realizou mais de 40 autópsias em pessoas que morreram duas semanas após receber a vacina contra a COVID.
A imagem sustenta que, de acordo com o especialista, de 30% a 40% destas pessoas morreram em decorrência das vacinas. Por fim, apresenta que o médico teria dito que as consequências fatais da vacinação são "subestimadas". Este assunto já foi verificado por sites como Boatos.org e Observador, de Portugal, e considerado falso.
Conforme publicou a imprensa alemã (Süddeutschezeitung e F.a.z) em agosto deste ano, trata-se de uma suposição do patologista que de 30% a 40% das pessoas que morreram dentro de duas semanas após a vacinação possam ter sofrido reações ao imunizante.
Na ocasião, o patologista falou à Agência Alemã de Imprensa em Stuttgart, capital do estado de Baden-Württemberg, que acreditava haver grande número de casos não notificados de mortes por vacinação. Ele também se queixava que os patologistas nada notavam na maioria dos pacientes que morreram depois e possivelmente, conforme ele, em consequência de uma vacinação.
O patologista não apresentava, entretanto, dados ou estudos que justificassem a fala. A imprensa alemã alertou que outros cientistas discordavam do médico neste ponto, assim como a Comissão Permanente de Vacinação (Stiko) e o Instituto Paul Ehrlich, organização federal responsável pelas vacinas na Alemanha. A instituição apontou que reações graves, como morte após vacinação, são notificáveis de acordo com a Lei de Proteção contra Infecções.
O Comprova enviou e-mail ao patologista, mas não recebeu resposta.
Não é possível analisar reação adversa visualmente
Durante a palestra, a médica mostra uma fotografia e um vídeo do que seriam duas autópsias das quais ela afirma ter participado em Brasília. Na primeira, com o nome da Pfizer acima, ela diz se tratar de um crânio aberto apresentando um coágulo, tratando-se de uma "hemorragia cerebral causada numa menina de dezesseis anos".
Ao apresentar o vídeo que leva o nome da Astrazeneca ela declara se tratar dos seios venosos cerebrais e haver um trombo saindo de um seio. Acrescenta que as imagens são de uma mulher de 52 anos.
Em seguida, a médica argumenta que há pessoas sofrendo mortes por conta da formação de trombos, coágulos de sangue que levam à trombose, após serem vacinadas contra a COVID-19, alegando que "essas vacinas, que não são vacinas, elas simplesmente desencadeiam uma inflamação da parede dos vasos, isso causa a chamada vasculite ou endotelite e naturalmente acontece um processo inflamatório e toda essa sequência de danos que podem e consequentemente vão levar à morte".
O Comprova acessou as bulas, tanto da Pfizer quanto da Astrazeneca, e nenhuma delas apresenta essa condição com possível reação adversa.
A reportagem também entrou em contato com as duas farmacêuticas. A Pfizer afirmou que já distribuiu globalmente mais de 2,1 bilhões de doses da vacina ComiRNAty em mais de 161 países ao redor do mundo e não há alertas de segurança graves relacionados ao imunizante.
A empresa disse ainda que os benefícios da vacinação superam os potenciais eventos adversos, fato esse que é reforçado pela aprovação regulatória da vacina por autoridades em todo mundo. A AstraZeneca preferiu não se manifestar sobre o assunto.
Além disso, a reportagem pediu ao médico Amaro Nunes Duarte Neto, doutor em Patologia, membro da Sociedade Brasileira de Patologia e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, para que analisasse as imagens apresentadas pela médica durante a fala na Alesp e informasse se é possível identificar visualmente o efeito adverso de uma vacina naquelas condições.
Conforme ele, não há como determinar, por meio de imagens, qualquer relação do óbito com a vacina. Amaro Nunes explica que um evento adverso que pode ser associado a qualquer vacina - o que inclui as vacinas contra a COVID-19 - é a produção de coágulos, mas que eles são inespecíficos.
"Não tem uma lesão característica que você olha na microscopia e diz que é decorrente de vacina", afirma. O especialista disse ainda ser necessário haver uma integração da história clínica do paciente para estabelecer nexo causal. É preciso analisar o momento em que o paciente tomou a vacina e o momento em que aparece a doença, além de exames laboratoriais que o paciente fez durante a internação e a autópsia em si.
"Para atribuir uma morte ao evento adverso você precisa fazer a investigação que envolve epidemiologista, infectologista e patologista, precisa sentar e olhar todo o quadro clínico do paciente para estabelecer que existe um nexo causal entre a vacina e esse quadro clínico", afirma.
O patologista explica que em São Paulo, onde a médica fez a fala, esse diagnóstico é feito durante a pandemia por grupos médicos específicos, associados à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, por meio do Grupo de Monitorização de Efeitos Adversos, ligado ao Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE).
De acordo com ele, mesmo nos casos de trombose associados com trombocitopenia (diminuição de plaquetas), que são um efeito adverso raro de vacinas com plataforma de adenovírus, é necessário fazer a análise do quadro clínico, com dosagem de anticorpos antiplaquetários 4 para estabelecer a prova definitiva de que existe nexo causal.
Nesta semana, cientistas divulgaram terem detectado de que forma a vacina da Astrazeneca gera coágulos, destacando, entretanto, que a combinação de eventos é muito rara.
Conforme o estudo, publicado no jornal Science Advances, uma proteína no sangue é atraída por um componente-chave da vacina - um adenovírus -, o que gera uma reação do sistema imunológico e esta, em combinação com outros fatores ainda não determinados, gera a trombocitopenia trombótica imune (PTI).
Para o médico, todos estes fatores devem ser pesados antes de se alardear uma morte supostamente causada por uma vacina. "Neste momento de pandemia, quando a gente vê claramente uma diminuição dos casos de hospitalização e de mortalidade relacionados à COVID-19, um relato desses pode alarmar pessoas e fazer com que elas sejam contra a vacinação, o que é algo ruim porque estamos vendo controle da doença".
Amaro Nunes acrescenta que deveriam ser consultadas para falarem sobre a vacina as equipes da Secretaria Estadual de Saúde, como o Grupo de Monitorização de Efeitos Adversos - do qual ele faz parte -, epidemiologistas, o grupo de patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que trabalha com autópsias no período da covid-19, e do Instituto Adolfo Lutz, para onde os casos de São Paulo podem ser encaminhados para haver a análise das lâminas e estabelecer se há nexo causal, isso em discussão com o Grupo de Monitorização de Efeitos Adversos. "É dos laboratórios de referência do estado que precisa sair a definição de eventos adversos".
Artigo citado por Gadelha é de opinião, e não científico
Ao citar o estudo que afirma que para cada criança salva pela vacina, outras 117 morrerão por conta dela, Gadelha utilizou como base um artigo publicado pelo doutor em economia política pela Universidade de Sydney, na Austrália, Toby Rogers. As informações sobre ele estão disponíveis neste site.
O artigo de Rogers foi compartilhado em uma conta criada dentro do Substack, plataforma on-line que fornece infraestrutura de publicação para boletins informativos.
Ou seja, não se trata de um estudo oficial, mas de um compilado de informações coletadas por Rogers que direcionam as conclusões para que a vacina seja caracterizada como vilã quando usada em crianças e adolescentes. Essa alegação já foi desmentida anteriormente, em checagens feitas pelo Comprova.
O site americano de checagem FactCheck.Org desmentiu as versões apresentadas pelo cientista político, que afirmava, de maneira enganosa, que a vacina contra a COVID-19 gerava riscos pediátricos.
Em determinada altura do artigo de opinião, Rogers afirma, sem provas, que a agência de vigilância sanitária norte-americana Food and Drug Administration (FDA) "falhou em não fornecer dados". O argumento é falso, visto que a FDA, assim como as demais agências reguladoras de vigilância sanitária ao redor do mundo, adotaram políticas específicas para analisar os riscos e benefícios dos imunizantes e avaliaram que efeitos adversos são raros.
Anvisa diz que efeitos adversos são acompanhados
Em nota enviada ao Comprova, a Anvisa ressaltou que entre as 312 milhões de doses dos imunizantes contra a covid-19 aplicados até o momento no Brasil, os dados de reação adversa e outros estudos não alteram o perfil de segurança conhecido para as vacinas em uso no país.
"A Anvisa já publicou alerta sobre ocorrência de casos raros de trombose em combinação com trombocitopenia, associados às vacinas [contra] COVID-19 com plataforma de adenovírus", diz um trecho da nota se referindo a este informativo. Em relação aos coágulos, trata-se de um risco já identificado e mapeado, segundo a agência.
O órgão afirmou ainda que a ocorrência de efeitos adversos, como miocardite e pericardite - que tem dados descontextualizados na apresentação de Emilia Gadelha - já são conhecidos pelas agências reguladoras do mundo, assim como a maior ocorrência entre homens mais jovens. O órgão afirma ainda que este possível evento já está descrito na bula dos imunizantes e que vem sendo acompanhado.
"Normalmente, os casos ocorreram com mais frequência em homens mais jovens e após a segunda dose da vacina e em até 14 dias após a vacinação. Geralmente são casos leves e os indivíduos tendem a se recuperar dentro de um curto período de tempo após o tratamento padrão e repouso", diz a Anvisa.
Além disso, estudos indicam que o risco de miocardite provocado pela própria COVID-19 é significativamente maior do que o provocado pela eventual reação à vacina.
Quem é a médica que aparece no vídeo
Médica otorrinolaringologista, com registro nº 63.451 no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), Maria Emilia Gadelha Serra se apresenta como presidente da Sociedade Brasileira de Ozonioterapia Médica, uma prática contestada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que em Resolução de 2018 a definiu como "procedimento de caráter experimental, cuja aplicação clínica não está liberada, devendo ocorrer apenas no ambiente de estudos científicos".
É comum ela fazer publicações em redes sociais nas quais tira de contexto dados sobre efeitos adversos de vacinas, colocando-se contra a vacinação para a COVID-19. Além disso, faz discursos durante aparições públicas no mesmo sentido.
Apenas o Comprova já identificou que Maria Emilia Gadelha espalhou boatos sobre AVC em pilotos e aborto em palestra e que ela enganou ao dizer que vacinas contra covid são experimentais.
Desta vez, a médica esteve em ato solene na Alesp, realizado no dia 26 de novembro, com parlamentares e profissionais da área médica e jurídica, para debater sobre o passaporte sanitário.
O evento foi organizado pelo deputado Douglas Garcia (PTB), um dos autores do Projeto de Lei 668/2021, que pretende proibir exigência de vacinação para acesso a espaços públicos e privados. O texto tem outros 14 autores, dentre eles Janaina Paschoal (PSL) e Valeria Bolsonaro (PRTB), e atualmente tramita em comissões.
No próprio canal do Telegram, Maria Emilia Gadelha compartilhou vídeo de 30 minutos com a fala dela no evento, afirmando que o mesmo conteúdo foi removido do YouTube. Procurada pelo Comprova, ela não se manifestou até a publicação desta reportagem.
Por que investigamos?
Em sua quarta fase, o Comprova verifica conteúdos suspeitos que tenham viralizado sobre pandemia, políticas públicas do governo federal e eleições. O conteúdo em verificação foi compartilhado em grupos bolsonaristas no WhatsApp e também pela plataforma de vídeo Kwai.
Vídeos como esse, principalmente quando são feitos por médicas como Emilia Gadelha, passam uma mensagem errada para a audiência que o recebe. Os cidadãos acreditam que a vacina desenvolvida para combater a covid-19 tem malefícios para a saúde e que não é capaz de proteger contra o vírus.
Dessa forma, a população fica em perigo, uma vez que sem a aplicação correta das doses da vacina, tornam-se mais vulneráveis à doença por aumentarem as chances de desenvolver a fase aguda do coronavírus.
Checagens anteriores do Comprova mostram que a mesma médica antivacina chegou a disseminar informações enganosas para desincentivar a vacinação contra a covid-19, como o vídeo em que ela afirma que os imunizantes são experimentais. Também já comprovamos ser falso que as vacinas agravam a doença.
Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira.