A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou, na tarde deste domingo (19/12), que recebeu novas ameaças por causa da decisão que aprova a aplicação de vacinas contra COVID-19 em crianças. De acordo com o órgão regulador, “o crescimento das ameaças faz com que novas investigações sejam necessárias para identificar os autores e apurar responsabilidades”.
Em nota oficial, a Anvisa reitera os pedidos de proteção policial aos seus membros. Esses mesmos pedidos já tinham sido feitos em novembro, quando chegaram os primeiros ataques.
A agência informou que “não publicará os anexos que materializam as ameaças recebidas para não expor os dados pessoais dos envolvidos, no entanto, todas as informações foram encaminhadas às autoridades responsáveis”.
PRESIDENTE BOLSONARO
O presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou o dia de recesso para um passeio de moto aquática no Guarujá neste domingo (19/12). Em seguida, o chefe do Executivo foi à Praia Grande, onde cumprimentou e tirou selfies com apoiadores. A um homem que o questionou sobre a vacina em crianças, o presidente criticou a decisão da agência e rebateu que "é inacreditável o que a Anvisa fez".
"Estamos trabalhando. Nem a tua é obrigatória, é liberdade. Criança é coisa muito séria. Não se sabe os possíveis efeitos adversos futuros. É inacreditável, desculpa aqui, o que a Anvisa fez. Inacreditável", disse o chefe do Executivo, em vídeo postados nas redes sociais.
No dia 16, a agência reguladora aprovou a aplicação da vacina contra a covid-19 da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.
Em live no último dia 16, Bolsonaro disse que pediu, extra-oficialmente, "o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de cinco anos".
"Queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento de quem são essas pessoas e, obviamente, forme o seu juízo", afirmou na data.
De acordo com a Anvisa, a conclusão da área técnica é que os benefícios da vacina superam os riscos. Durante coletiva de imprensa para divulgar a aprovação da vacina para crianças, representantes das sociedades médicas brasileiras apoiaram a decisão da Anvisa.