Depois do Ministério da Saúde anunciar a abertura de uma consulta pública para avaliar a vacinação contra a covid-19 de crianças de 5 a 11 com o imunizante da Pfizer, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou um ofício à pasta pedindo a correção do texto de abertura da consulta publicado pelo governo federal no Diário Oficial da União (DOU), nesta quarta-feira (22/12).
Segundo a agência, o texto indica que a vacinação contra a covid-19 de crianças de 5 a 11 anos foi autorizada pela Anvisa, mas o órgão regulador explica que seria errado afirmar isso "já que a Anvisa não tem a atribuição de autorizar nenhuma campanha de vacinação no Brasil".
"A competência da Agência Reguladora está na concessão do registro dos imunizantes. Em 16 de dezembro de 2021, a Anvisa autorizou a inclusão da indicação da vacina Comirnaty para imunização contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade, permitindo o início do uso da vacina no Brasil para esta faixa etária", explanou a Anvisa no ofício enviado ao Ministério da Saúde.
No entanto, para que, de fato, a vacina seja aplicada em crianças, o Ministério da Saúde é quem precisa autorizar a vacinação deste público com o imunizante já autorizado pela agência. "A decisão sobre, quando, como e se a vacina Pfizer-BioNTech covid-19 será adotada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para crianças de 5 a 11 anos é do Ministério da Saúde", reforçou a agência em nota.
Em resposta ao Correio, o Ministério da Saúde informou que recebeu a solicitação da Anvisa e que irá retificar o texto de abertura da consulta pública, mas não indicou quando isso será feito.
Apesar da Anvisa já ter atestado a segurança, qualidade e eficácia da vacina da Pfizer para crianças, a pasta resiste em incluir o público pediátrico na campanha de vacinação contra o novo coronavírus. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, indicou, mais de uma vez, não ter pressa para iniciar a imunização do grupo. Disse que "a pressa é inimiga da perfeição" em relação à vacinação de crianças.