Quem não tem cão caça como gato. Um meio alternativo de resolver a entrega de um sofá causou discórdia entre moradores de Águas Claras, no Distrito Federal. Impedido de transportar o móvel comprado pelas dependências do prédio, um vizinho teve de recorrer a um guindaste para que o sofá fosse entregue. O item entrou pelo apartamento, localizado no primeiro piso do edifício, pela janela.
Para chegar perto da unidade, o caminhão precisou atravessar um gramado e acabou quebrando a calçada próxima ao prédio. A consequência da resolução inusitada, porém, não foi o único assunto no embate que envolveu vizinhos em um grupo nas redes sociais.
A Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (Amaac), que reúne 74,4 mil pessoas em ambiente virtual, postou o ocorrido na tarde de sexta-feira (24/12). No texto, o perfil da associação expôs o nome, a unidade e a profissão do dono do sofá, além da placa do caminhão que transportou o item até o apartamento.
Outro lado
Na publicação, os participantes se dividiram entre criticar a divulgação dos dados do homem e lamentar a destruição da calçada. O dono do apartamento e do sofá aproveitou o espaço dos comentários da publicação para explicar o ocorrido.
Segundo ele, "não havia outra forma de o sofá entrar no meu apartamento que não fosse pela janela. Por essa razão, a empresa que fabricou o sofá contratou o transporte, que, obviamente não previu que pudesse estragar a calçada." O homem afirmou, ainda, que vai dividir os custos dos danos com a fabricante do sofá e a transportadora, além de ter se comprometido a plantar 50 árvores no local.
"Tanto eu, proprietário do apartamento, quanto a empresa e o transporte, assumiremos a correção dos danos, que também prejudicam a mim e a minha família. Já estamos em contato com o pedreiro para providenciar o conserto o mais breve possível", informou, chocando-se com a "empatia zero" dos vizinhos.
"O que me surpreendeu foi o fato de vizinhos do meu prédio enviarem vídeos e fotos para grupos e redes sociais sem antes ouvir minha versão ou pensar que poderiam estar no meu lugar, tentando resolver um problema que poderia ser também deles, uma vez que o prédio não comporta a entrada do móvel. Além disso, divulgaram minha empresa, número apartamento e nome completo. Empatia zero em pleno 24 de dezembro", lamentou o morador.
A reportagem entrou em contato com o dono do sofá e com a Amaac e aguarda retorno. O espaço segue aberto para manifestações.