A Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou, nesta segunda-feira (27/12), uma nota em que se posiciona a favor da vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade contra COVID-19.
O assunto está sendo discutido porque funcionários da Anvisa sofreram ataques após recomendarem a vacinação. As agressões foram feitas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que incentiva o movimento “antivax”.
A AMB está entre série de entidades médicas que se manifestaram pela imunização do público infantil. Além da instituição, entidades médicas – como as sociedades brasileiras de Pediatria (SBP), Imunizações (SBIm) e de Infectologia (SBI) – também foram favoráveis à inclusão da imunização desse público-alvo no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
No texto, a entidade relembra a importância da vacinação.
“Destacamos que a autorização da imunização na infância segue o mesmo rigor e normas de eficácia e segurança das demais faixas etárias. Atende de forma plena aos critérios exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, para vacinação de todos os públicos”, divulgou a AMB.
No Brasil, 301 crianças morreram em decorrência da doença desde a chegada do coronavírus até o dia 6 de dezembro, o que, em 21 meses de pandemia, significa 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias.
“Pelo exposto, assim como por questões éticas, conclamamos todos os pais e/ou responsáveis a, quando as vacinas estiverem disponíveis, vacinarem seus filhos. Vacina é vida, vacinar é um ato de amor”, finalizou a entidade.
A venda, distribuição e disponibilização da vacina Pfizer contra a COVID-19 para crianças de 5 a 11 anos foram autorizadas pela Anvisa há uma semana. Por isso, o Ministério da Saúde desenvolveu uma consulta pública para que, segundo eles, pais e responsáveis opinassem sobre o assunto.
A consulta entrou no ar na noite de quinta-feira (23/12) e, poucas horas depois, já apresentava problemas. Internautas nas redes sociais acusam o ministério de ter formulado as perguntas seguindo o princípio defendido pelo presidente Bolsonaro de não obrigatoriedade da imunização.
Uma decisão final só será tomada pela pasta no dia 5 de janeiro, após o término da consulta pública que está disponível para participação da população em geral, sendo pessoas físicas ou jurídicas.