(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas DESASTRE NATURAL

Chuvas já atingem mais de 470 mil pessoas na BA

Defesa Civil computa 20 mortes e mais de 31,4 mil desabrigados em 116 municípios, 100 deles em estado de emergência


28/12/2021 04:00 - atualizado 27/12/2021 23:54

Vista aérea de Itapetinga
Vista aérea de Itapetinga, onde casas ficaram submersas: tempestades atingem o Sudoeste, Sul e extremo sul da Bahia (foto: Manuella Luana/AFP)

Subiu para 20 o número de mortos em decorrência das fortes chuvas que assolam a Bahia nas últimas semanas, enquanto outras 31.405 pessoas ficaram desabrigadas, o que significa que perderam suas casas. O número quase dobrou em relação aos dados das últimas 24 hras. Além disso, outras 31.391 ficaram desalojadas, ou seja, também tiveram que abandonar seus imóveis, mas não precisaram de abrigo público do município. No último boletim no divulgado no domingo, o número era de quase 20 mil. Os dados são da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), que computa 116 municípios afetados pelas tempestades e um total de 470 mil pessoas afetadas no Sudoeste, Sul e extremo sul do estado.

Os dois óbitos mais recentes foram registrados pelas autoridades em Itabuna, onde uma mulher de 33 anos foi vítima de desabamento e um jovem de 21 anos foi levado pela correnteza. Do total de 116 municípios afetados, cerca de 100 declararam situação de emergência.

A 19ª vítima foi identificada como Felipe Duarte Garcia, de 21. Ele estava sendo procurado desde o domingo, quando desapareceu com a enxurrada. O corpo dele foi encontrado às margens do Rio Cachoeira, na região que passa pelo Bairro Urbis IV. Segundo moradores, Felipe foi carregado pela correnteza enquanto passava pela BR-415. O jovem era morador do Bairro Jorge Amado.

A 20ª vítima é Maria das Neves Souza dos Santos, de 33. Ela era moradora da Vila da Paz, que é uma região ribeirinha entre a BR-415 e o Cachoeira, na saída de Itabuna para Ilhéus. Ela estava em casa, no banheiro, quando a estrutura desabou sobre ela na madrugada de domingo.

As mortes foram registradas em Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (4), Jucuruçu (3), Macarani (1), Prado (2), Ruy Barbosa (1), Itapetinga (1), Ilhéus (1), Aurelino Leal (1) e Itabuna (2).

Até o momento, o governo federal disse ter aplicado cerca de R$ 20 milhões da Defesa Civil Nacional nos esforços para atender a população atingida. Ontem, o governo da Bahia divulgou também a abertura de uma linha de crédito especial, de até R$ 150 mil e com juro zero, para recuperar estabelecimentos comerciais prejudicados.

Varal improvisado e objetos encharcados
Varal improvisado e objetos encharcados: água invadiu casas, destruiu imóveis e deixou outros inacessíveis para seus moradores (foto: Mateus Pereira/Gov.BA/AFP)


Ainda ontem, o Ministério da Saúde se preparava para enviar 90 médicos para auxiliar a população atingida chuvas. A informação foi divulgada em entrevista dada à imprensa local pelo ministro da Cidadania, João Roma, que visitou o estado no domingo.

As equipes que atuam na Bahia recebem mais reforços de outras unidades da Federação, a exemplo bombeiros enviados por Minas Gerais. Ontem uma equipe da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil de São Paulo, composta por quatro agentes, embarcou com destino à Bahia para compor a força-tarefa enviada pelo governo paulista para auxiliar as vítimas das chuvas na região.

Segundo o governo de São Paulo, a equipe auxiliará na elaboração de planos de trabalho, no restabelecimento dos serviços essenciais e na organização de abrigos para as vítimas. Além disso, ajudará na mensuração dos danos, para auxiliar em caso de decretação de situação de emergência ou estado de calamidade pública.

Na manhã de domingo, São Paulo enviou dois helicópteros Águia e dois aviões, como parte da força-tarefa. Na ocasião, também foram enviados outros 14 profissionais do Corpo de Bombeiros e do Comando de Aviação da Polícia Militar, que embarcaram do Campo de Marte, na Zona Norte da capital paulista, e 16 da cidade de Ribeirão Preto.

Segundo informou o governo estadual, a força-tarefa é composta por oficiais e praças especialistas em resgates, salvamento e logística e a operação é integrada pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo, Comando de Aviação da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros da Bahia, Fundação Florestal, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e voluntários.

O governador Rui Costa incluiu no domingo, via decreto, mais 47 cidades na lista de municípios em situação de emergência em decorrência das tempestades, elevando para 72 o total. Ontem, o número aumentou, chegando a 100. Segundo o governador, 37 cidades da região estão embaixo da água, atingidas de forma mais intensa pela subida do nível dos rios. Várias cidades baianas que ficam nas regiões Sul e Sudoeste também tiveram prejuízos por causa da chuva. As principais cidades atingidas foram Itabuna, Itamaraju, Jucuruçu, Eunápolis, Vitória da Conquista e Teixeira de Freitas.

Em entrevista à CNN, Rui Costa disse que “esse é o maior desastre natural da história da Bahia”. Ele lembrou a enchente do Rio Cachoeira, em 1967, que também alagou algumas cidades do Sul do estado, mas afirmou que “desta vez a proporção é gigantesca”. Segundo ele, ainda há locais isolados, principalmente em zonais rurais, em pontos altos. “Essa região (Sul da Bahia) tem muita serra, muitos morros. Aos locais de difícil acesso não é possível chegar.”

Costa fez um sobrevoo por algumas cidades e não conseguiu completar percurso porque a visibilidade ficou prejudicada devido à chuva – que deve permanecer até amanhã. 

“Temos locais ainda com muita água, a exemplo da cidade de Dário Meira. Aqui em Itabuna e Ilhéus, as águas já baixaram, agora a gente pode quantificar os estragos. Milhares de casas precisarão ser reconstruídas, casas que estão no chão”, disse. O governador também relata que a prioridade é resgatar pessoas que estão correndo risco de morte. Ele fez um apelo àqueles que tiveram que sair de suas casas para não voltar.

 “Tenha cautela ao voltar. Eu estou orientando os prefeitos para colocarem as equipes na rua para não permitirem o retorno às casas que tenham estrutura frágil.”

Moradores usam boia para atravessar rua
Moradores usam boia para atravessar rua tomada pelas enchentes (foto: Manuella Luana/AFP)


PREVISÃO 

Em sua conta oficial no Twitter, o governador disse que as águas na cabeceira do Rio Cachoeira, um dos que atravessam a região, começaram a baixar, e que “a expectativa é de melhora nos próximos dias”. Contudo, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) mantiveram o alerta de alto risco de novas inundações e deslizamentos de terra na Bahia, devido ao acumulado de chuvas dos últimos dias e à previsão de novas precipitações.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)