A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está acompanhando a situação de cinco cruzeiros que estão operando no Brasil. Na sexta-feira (31/12), a agência recomendou ao Ministério da Saúde a suspensão provisória da temporada de cruzeiros na costa brasileira,após ter identificado aumento de infecções por COVID-19 em algumas embarcações.
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Em meio a surtos de COVID, incerteza ronda temporada de cruzeiros no BrasilTodos os cinco navios que operam na costa brasileira têm casos de COVID-19COVID: Anvisa recomenda suspensão de temporada de navios de cruzeiroAnvisa monitora navios de Cruzeiro após casos de COVIDCom 33 casos de COVID-19, cruzeiro interrompe viagem no Rio de JaneiroProcon exige que empresas de cruzeiros garantam direitos do consumidor Em 9 dias, Anvisa registra 798 novos casos de COVID-19 em cruzeirosMaioria é contra prescrição médica para vacinar crianças, diz ministérioApós surto de COVID, Ministro do Turismo admite rever normas para cruzeirosEmpresas de cruzeiros suspendem operações no país até 21 de janeiroAo menos 45 passageiros testam positivo para COVID-19 em cruzeiro na ItáliaÍndia: Autoridades impedem desembarque de cruzeiro por surto de COVID-19Em nota, a entidade ressalta que os casos identificados são, “em sua grande maioria assintomáticos ou com sintomas leves”, e que os passageiros “foram identificados, isolados e desembarcados, conforme o protocolo vigente, assim como seus contatos próximos, representando pouca ou nenhuma carga para os recursos médicos de bordo ou em terra.”
A associação lembra, ainda, que os protocolos da indústria de cruzeiros foram desenvolvidos e aprovados em parceria com a Anvisa e outros órgãos governamentais para minimizar a possibilidade de infecções, priorizando a saúde e segurança dos hóspedes, tripulantes e das comunidades visitadas.
“Levando em conta que nenhum ambiente está imune a COVID-19, vale destacar que os navios, no momento em que vivemos, oferecem um dos maiores níveis de proteção, destacando-se como uma das mais seguras opções de férias, devido ao seu ambiente muito mais controlado, em relação a outros tipos de viagem ou meios de transporte, com destaque para o fato de que se trata de uma temporada 100% nacional, com hóspedes brasileiros, os mesmos que poderiam entrar nessas cidades por via terrestre ou aérea”, diz um trecho da nota.
Segundo a entidade, embora discorde da recomendação feita pela Anvisa, “que se contrapõe ao que está ocorrendo em regiões como os Estados Unidos, Europa e Caribe, com operações de mais de 250 navios e 5 milhões de hóspedes embarcados, reforçamos o nosso compromisso em continuar colaborando e trabalhando ao lado da Anvisa, do Ministério da Saúde e das autoridades dos estados e cidades que recebem cruzeiros para promover a saúde e a segurança de todos.”
A temporada atual, que começou em novembro de 2021, tem previsão de movimentar mais de 360 mil turistas, com impacto de R$ 1,7 bilhão, além da geração de 24 mil empregos em diversos setores da economia, entre eles comércio, alimentação, transportes, hospedagem, serviços turísticos, agenciamento, receptivos e combustíveis.
Situação dos navios
Os navios MSC Splendida, atracado no Porto de Santos, em São Paulo, e o Costa Diadema, atracado em Salvador, interromperam as atividades na sexta-feira (31/12), devido a surtos de COVID a bordo.
Em nota divulgada neste domingo (2/1), a Anvisa informou que, no caso do MSC Splendida, a empresa responsável foi notificada em 1º de janeiro sobre o impedimento de embarque previsto para aquele dia. Pediu também que os viajantes fossem notificados sobre a impossibilidade de embarque.
Segundo a agência, a operação na embarcação está interrompida “para investigação epidemiológica”, não havendo, portanto, passageiros a bordo. “O cenário epidemiológico foi alterado para nível 4 neste domingo (2/1), o que implica em quarentena para a embarcação”, complementou.
Já a operação da embarcação Costa Diadema foi interrompida em 30 de dezembro. A agência determinou que o navio seguisse para seu destino final, o porto de Santos, em São Paulo, para desembarque.
No porto de Salvador, “somente passageiros com teste positivo ou residentes locais puderam desembarcar”, informou a Anvisa. O navio está no nível 4 do cenário epidemiológico, o que impede sua operação.
MSC Preziosa
Atracado desde a manhã de domingo (2/1) no Porto do Rio de Janeiro, o navio iniciou o desembarque de passageiros após avaliação das autoridades de saúde. A embarcação está no nível 3 do cenário epidemiológico.
De acordo com a avaliação, novos embarques foram autorizados no domingo, mas uma eventual “mudança do cenário epidemiológico” pode impedir novos embarques e levar ao encerramento do cruzeiro, de acordo com a agência.
Costa Fascinosa e MSC Seaside
Os navios Costa Fascinosa e MSC Seaside estão operando e foram classificados no nível 3 do cenário epidemiológico. Caso a situação mude, as autoridades poderão impedir novos embarques e fazer o encerramento do cruzeiro.
Em nota, a Anvisa informou que continua supervisionando as embarcações que operam na costa brasileira e já intensificou as ações de investigação epidemiológica e sanitária para controlar a transmissão da COVID-19 a bordo das embarcações e a disseminação da doença.
(Com informações da Agência Brasil)
*Estagiária sob supervisão da subeditora Jociane Morais