Embora pareça democratizar, a consulta pública é vista como uma ferramenta que não deveria ser usada neste caso, por ser a introdução de uma vacina no Programa Nacional de Imunizações (PNI) uma decisão técnica.
Ao Estado de Minas, o epidemiologista José Geraldo Ribeiro classificou a consulta como "estapafúrdia". Ele lembra que não se trata de uma decisão técnica. "É como se estivesse convocando as pessoas, que não são engenheiras, para decidir qual material será usado na construção de uma ponte", afirma.
O Ministério da Saúde disse que a data da vacinação de crianças só seria informada depois de divulgado o resultado da consulta pública. "Não é uma população leiga que vai decidir se determinada vacina vai ser utilizada no país", diz Ribeiro.
O epidemiologista lembra que consultas, sob a forma de enquetes pela internet não refletem a opinião da maioria, mas costuma ser a opinião do grupo que estiver mais mobilizado para votar. "Não faz nenhum sentido essa consulta. O ministério tem comitê certo para analisar." O prejuízo não é apenas atrasar o início da vacinação, mas tornar a decisão sobre a vacina alvo de um debate ideológico.