Além de ajudar a sociedade, trabalhar no Censo Demográfico, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pode ser uma ótima oportunidade de crescimento pessoal e profissional. No horário de atuação, os agentes conversam com pessoas de todo o país e, assim, adquirem conhecimentos geográficos e sociais. O trabalho é remunerado financeiramente e pode pode ser acrescentado como experiência no currículo.
Para incentivar a população a participar do Censo 2022, o IBGE divulgou, nesta quarta-feira, relatos de personalidades públicas, como Ana Maria Braga e Pedro Bial, que já trabalharam na coleta de dados da população.
Leia Mais
IBGE prorroga inscrições para concurso que oferece mais de 206 mil vagasIBGE diz que mortes por covid ainda serão incorporadas em próxima pesquisaIBGE recebe aval para contratar 209.024 temporários para atuar no Censo 2022BH: UFMG seleciona pesquisadores para o censo de pessoas em situação de rua''Vai ficar lá fora'': mulher se recusa a usar máscara e é expulsa de metrôO processo seletivo para o Censo 2022 está aberto até o dia 21 de janeiro. Os interessados devem acessar o site da Fundação Getúlio Vargas e se inscrever na vaga de interesse.
Veja oportunidades: Ao todo, IBGE tem 220 mil vagas em seleções para o Censo 2022
Para o coordenador de Recursos Humanos do IBGE, Bruno Malheiros, trabalhar no Censo também aumenta o sentimento de contribuição para o país. “É uma grande oportunidade não somente pela possibilidade de desenvolver competências em diversas áreas - como relacionamento com as pessoas, conhecimento da sua localidade, ganho de experiência profissional -, mas também pela consciência de que o recenseado está contribuindo para uma missão importantíssima para nosso país”, afirma.
Pedro Bial
Para o apresentador e jornalista Pedro Bial, atuar no Censo aos 22 anos, em 1980, foi 'um ritual de iniciação na vida adulta e de conhecimento do Brasil”. O apresentador completa que o trabalho acrescentou em outras oportunidades futuras de emprego e formação como jornalista.
“É daquelas experiências que mudam a sua vida. Tem o antes e o depois daquele julho ou agosto de 1980. A mim foi incumbido um quarteirão de Copacabana, no Posto 6, entre a Rua Barata Ribeiro e a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, com muitos prédios com centenas de apartamentos. Acho que, ao todo, fiz mais que centenas de apartamentos, fiz milhares. Ia batendo de porta em porta, entrando, vendo as mais diferentes configurações familiares, gente, pessoas, famílias, níveis de renda. E eu me envolvia, já com meu jeitinho de repórter, cumpria o formulário, mas ficava observando. Aquilo foi um filme, mais do que um filme, uma série, e que me preparou para a vida”, conta Bial.
Ana Maria Braga
Muito antes de apresentar o programa de TV da Rede Globo “Mais Você”, Ana Maria Braga trabalhou no Censo de 1970, em São José do Rio Preto. A jornalista conta que precisava de dinheiro para prestar o vestibular e viu no Censo uma oportunidade de ser remunerada. Além do financeiro, ela afirma que teve um crescimento pessoal durante o processo.
“Sei que eu ganhei naquela época uma grana que me ajudou muito no meu pré-vestibular. Eu estudava até não sei que horas, de madrugada, pra poder prestar o exame pra entrar na faculdade. E eu me lembro direitinho, me ajudou bastante, trabalhei muito, mas valeu muito a pena”, conta.
André Jung
Para começar sua carreira na música, o ex-baterista dos Titãs e do Ira!, André Jung, aproveitou o Censo como uma oportunidade de recompensa financeira e profissional. O músico participou da edição de 1980, quando estudava jornalismo na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
“Eu estava doido para comprar umas congas (instrumento de percussão), e o dinheiro que eu ganharia como recenseador seria perfeito. Então me inscrevi na seleção, fiz o exame, passei, fui para o treinamento e comecei a trabalhar, aplicando os questionários em domicílios do bairro de Sumarezinho, em São Paulo. Foi uma experiência incrível, que eu guardo com muito carinho. Tenho muito orgulho de ter atuado numa coisa tão importante para a nação quanto um recenseamento”, contou Jung para a revista "Retratos", do IBGE, em 2018.
“Além disso, com o meu trabalho no Censo, consegui o dinheiro para as minhas congas! Elas já estavam sendo fabricadas, porque eram feitas sob encomenda por um artesão. E eu fui buscá-las assim que recebi o dinheiro. Essas congas acompanharam a minha carreira. Em abril de 1981, comecei a tocar no Titãs e gravei o primeiro disco deles. Eu era o baterista da banda, mas toquei percussão em muitas músicas. E na faixa "Querem Meu Sangue", que o Nando Reis canta, eu toquei um trechinho solo com as conga”, revelou.
Flávia Oliveira
O trabalho no Censo também ajudou a jornalista e comentarista da Globonews, Flávia Oliveira, em outras áreas profissionais. Ela tinha experiências com números e cálculos, já que foi aluna de estatística no ensino médio na Escola Nacional de Ciências Estatísticas.
A relação de Flávia com o IBGE ultrapassa o Censo: a jornalista estagiou no departamento de economia do Instituto na antiga sede da Mangueira. “A intimidade que a formação estatística me deu com números, com a capacidade de análise, de interpretação e de tabulação foi decisiva para a jornalista em que me transformei”, lembra Flávia.
Zelito Viana e Marcos Palmeira
E o Censo também foi inspiração para arte! O documentário "O país é este", dirigido por Zelito Viana e apresentado pelo ator Marcos Palmeira, mostra o Brasil por meio dos dados do Censo 2000”.
“Foi mais um aprendizado ter falado dos números e das pessoas, não de uma maneira didática, e sim de forma prática. Foi uma experiência muito marcante não só para mim, mas para toda a equipe”, contou Palmeira em entrevista à Revista "Retratos" em 2019.