Durante o mandado de busca e apreensão cumprido na última segunda-feira (24/1), na cidade de Águas Lindas de Goiás - distante cerca de 48km de Brasília - o acusado foi surpreendido pelos policiais civis apagando conversas no celular dentro do quarto. "Haviam várias mensagens de vítimas nos telefones. Nós apreendemos os celulares e eles serão periciados", destacou o delegado à frente do caso, Vinícius Máximo.
No celular, o acusado armazenava os conteúdos pornográficos infantis em várias pastas. Para cada vítima, ele criava um espaço de armazenamento com fotos e vídeos das crianças. De acordo com a apuração policial, ele mantinha contato com mais de 65 menores. A polícia investiga se houve mais vítimas.
Como agia
Para atrair as vítimas, o acusado se infiltrou no Free Fire, um jogo online popularmente conhecido por crianças e jovens. Nas conversas, ele fazia vídeo-chamada e propunha "desafios". "A partir do momento que a criança enviava uma foto ou vídeo, ele dava início a uma série de ameaças, dizendo que se a vítima não mandasse mais imagens, iria divulgar o conteúdo na internet e aos pais delas", frisou o delegado.
Segundo o investigador, as vítimas eram sempre meninos. Em uma das conversas a qual o Correio teve acesso, o autor diz: "Então manda vídeo. Grava aí". O menino responde: "Minha irmã está em casa". Em resposta, o agressor ameaça: "Então vou postar agora". E a criança responde: "Mano, minha vontade é se matar. Sério. Não faz isso".
O homem foi preso em flagrante e acumula passagens em Padre Bernardo (GO) e no DF pelo mesmo crime. As investigações seguem no sentido de descobrir possíveis novas vítimas e saber se o autor chegou a encontrar pessoalmente alguma criança.