"Dois homens perseguiram a vítima que fugia correndo pela areia, quando, na subida do quiosque Tropicália, o mesmo foi alcançado, onde apanhou com um porrete, e a vítima gritava, pedindo para não o matarem”, diz trecho do depoimento dos agentes de segurança. O congolês foi enterrado no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio, no domingo (30/1).
Moïse estava no Brasil desde 2011, quando fugiu da guerra na República Democrática do Congo.
Brutalidade
Moïse espancando até a morte por cerca de 15 minutos com pedaços de pau em um quiosque na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no dia 24 deste mês. O momento foi flagrado por câmeras de segurança.
Moise teria ido cobrar ao gerente do quiosque o pagamento por duas diárias atrasadas. Ele trabalhava no local como ajudante de cozinha.
Segundo os policiais, o crime teria ocorrido por volta de 21h30. Mas eles só souberam do caso às 23h20, durante patrulhamento de rotina, quando viram uma ambulância parada na Avenida Lúcio Costa, em frente ao local do assassinato.
Até o momento, a Polícia Civil identificou as características físicas de ao menos dois agressores: são homens de cor parda, de acordo com a análise das características feitas com ajuda de vídeos. Um deles tem idade de 35 ou 36 anos, cabelo preto cortado a máquina, é magro, apresentava cavanhaque, altura em torno de 1,63m e vestia short e camiseta preta. O outro tem 24 ou 25 anos, aproximadamente, cabelo também preto cortado a máquina, magro e mais baixo que o primeiro.
Nota emitida pela comunidade congolesa no Rio de Janeiro exalta a brutalidade e classifica o assassinato como ato de racismo e xenofobia. "Esse ato brutal, que não somente manifesta o racismo estrutural da sociedade Brasileiro, mas claramente demonstra a XENOFOBIA dentro das suas formas, contra os estrangeiros, nós da comunidade congolesa não vamos nos calar", diz nota da comunidade congolesa.