Uma pesquisa inédita da Associação Médica Brasileira (AMB), em parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM), sobre o impacto da variante Ômicron, apontou que 87,3% dos médicos brasileiros informaram que tiveram covid-19 nos últimos 2 meses. A pesquisa, divulgada, nesta quinta-feira (3/2), entrevistou 3.517 profissionais de saúde, sendo que 52,5% deles estão na linha de frente do combate a covid-19.
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COVID: BH convoca crianças de 7 e 8 anos sem comorbidades para vacinar Acaba o estoque de vacina infantil contra COVID em Poços e ExtremaUnifal vai exigir certificado de vacina contra COVID-19Fiocruz: ocupação de UTI COVID está acima de 80% em nove estados do paísO aumento de casos sentido na própria pele é observado por quase toda maioria dos entrevistados na pesquisa - 96,1% dos profissionais que atendem em locais que recebem pacientes com covid-19 observam a tendência de alta de infecções em algum grau em relação ao último trimestre do ano passado. Sendo que 44,6% notaram grande tendência de alta dos casos positivos.
Quando se compara a situação de óbitos em relação aos últimos três meses do ano passado, a percepção de alta é menor, mas já pôde ser observada por 40,5% dos médicos. Na última terça-feira (1º/2), o país voltou a registrar mais de 900 mortes pela covid-19.
O aumento de casos e mortes pressiona o sistema de saúde e uma das maiores deficiências notadas pelos entrevistados no combate à pandemia é a falta de médicos e enfermeiros. Com o incremento de infecções e a carência de profissionais na linha de frente, a saúde mental desses trabalhadores é afetada. A maioria deles, 51,1%, se sentem esgotados, além de apreensivos (51,6%) e ansiosos (42,7%).
Além disso, os profissionais de saúde relatam que no ambiente de trabalho há colegas que se sentem sobrecarregados (64,2%), estressados (62,4%) e com exaustão física ou emocional (56,2%).