Uma nota técnica do Observatório COVID-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada nesta quinta feira (3/2), mostra que houve aumento das taxas de ocupação dos leitos de UTI COVID de adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) em 13 estados do país. Além disso, nove estados estão na zona de alerta crítico com indicador superior a 80%.
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Estudo: 87,3% dos médicos brasileiros tiveram COVID nos últimos 2 mesesCasos de síndrome respiratória grave tendem a crescer em 23 estados COVID-19: bebê de 1 ano morre enquanto esperava um leito de UTI no DFDiante do quadro, a entidade aponta a necessidade de atenção e monitoramento contínuo da pandemia no Brasil.
Entre as 25 capitais com taxas divulgadas no documento, 13 estão na zona de alerta crítico, nove estão na zona de alerta intermediário e oito estão fora da zona de alerta.
Segundo pesquisadores da Fiocruz, o comportamento das taxas de ocupação em estados e capitais parece apontar para a interiorização de casos de COVID-19 pela variante Ômicron. Algumas capitais já apresentam quadro de estabilidade ou mesmo queda nas suas taxas, enquanto nos estados elas crescem expressivamente.
O documento destaca que o cenário atual não é o mesmo registrado entre março e junho de 2021, considerada a fase mais crítica da pandemia e ressalta que mesmo com aumento da oferta de leitos, observadas nas últimas semanas, a disponibilidade é bem menor.
A nota técnica alerta que o crescimento nas taxas de ocupação de leitos de UTI SRAG/COVID-19 para adultos no SUS é preocupante, principalmente diante das baixas coberturas vacinais em diversas áreas do país, onde os recursos assistenciais são mais precários.
Avanço da vacinação e passaporte vacinal
Os pesquisadores ressaltam que uma parcela considerável da população que não recebeu a dose de reforço e da população não vacinada estão mais suscetíveis a formas mais graves da infecção pela Ômicron. Além disso, eles lembram que a elevada transmissibilidade da variante pode levar a números expressivos de internações em leitos de UTI, mesmo com uma probabilidade mais baixa de ocorrência de casos graves.
Diante desse cenário, o documento reforça que é fundamental avançar com a vacinação, incluindo a exigência do passaporte vacinal. Os pesquisadores também sugerem a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais públicos, campanhas para orientar à população e o auto isolamento para aqueles que apresentarem sintomas, evitando a transmissão.
Estados na zona de alerta crítico:
- Mato Grosso do Sul (103%),
- Goiás (91%)
- Distrito Federal (97%)
- Amazonas (80%) e
- Mato Grosso (91%).
Estados na zona de alerta intermediário:
- Pará (74%),
- Amapá (69%),
- Tocantins (78%),
- Ceará (67%),
- Bahia (74%),
- Rio de Janeiro (62%),
- São Paulo (72%),
- Paraná (72%),
- Alagoas (69%) e
- Santa Catarina (76%).
Estados fora da zona de alerta:
- Acre (57%),
- Maranhão (59%),
- Paraíba (41%),
- Sergipe (37%),
- Minas Gerais (37%)
- Rio Grande do Sul (54%),
- Rondônia (58%) e
- Roraima (52%).
Entre as 25 capitais com taxas divulgadas, 13 estão na zona de alerta crítico:
- Manaus (80%),
- Macapá (82%),
- Teresina (83%),
- Fortaleza (80%),
- Natal (percentual estimado de 89%),
- Maceió (81%),
- Belo Horizonte (86%),
- Vitória (80%),
- Rio de Janeiro (95%),
- Campo Grande (109%),
- Cuiabá (92%),
- Goiânia (91%) e
- Brasília (97%).
Nove estão na zona de alerta intermediário:
- Porto Velho (77%),
- Rio Branco (70%),
- Palmas (72%),
- São Luís (64%),
- Recife (77%, considerando somente leitos públicos municipais),
- Salvador (68%),
- São Paulo (75%),
- Curitiba (71%) e
- Florianópolis (68%).
Boa Vista (52%), João Pessoa (58%) e Porto Alegre (55%) estão fora da zona de alerta.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.