A montagem de uma vitrine de promoção está causando consternação nos clientes do Shopping Barra, em Salvador. A loja Reserva, localizada no centro comercial, resolveu colocar um manequim preto com a perna encaixada em uma vidraça, como se estivesse prestes a estilhaçá-la.
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Ela continuou o texto pedindo que posturas como essa sejam passíveis de punição. “Empresas e pessoas precisam ser responsabilizadas por práticas racistas. É inconcebível a população negra continuar sendo violentada dessa forma. Isso continua acontecendo porque o Brasil não tem compromisso com a pauta racial e não trata isso como uma questão importante”, argumentou.
Empresas e pessoas precisam ser responsabilizadas por práticas racistas. É inconcebível a população negra continuar sendo violentada dessa forma. Isso continua acontecendo porque o Brasil não tem compromisso com a pauta racial e não trata isso como uma questão importante.
A denúncia foi feita na segunda-feira (14/2) por uma cliente do shopping ao jornal Correio 24h. A administradora Rafaela Santos disse ao portal que achou a montagem de muito mal gosto e ofensiva e que foi à administração do shopping registrar queixa do ocorrido. “Não sei qual a mensagem que quiseram passar, mas ficou ofensivo. Já é raro ver esses manequins de cor preta e quando vemos é associando a vandalismo? Eu fiquei muito chateada”, declarou.
Ela lembrou os fatos recentes de racismo no país, como o de Durval Teófilo Filho, assassinado por um vizinho enquanto abria a mochila para pegar as chaves da própria casa. Para a administradora, esse tipo de campanha só reforça o risco para a população negra.
Essa não é a primeira vez que uma loja de grife é acusada de racismo em shoppings da cidade. Há pouco mais de um mês, a loja Zara do Shopping da Bahia também esteve envolvida em um caso similar. Na ocasião, funcionários da loja e do shopping revistaram e constrangeram um cliente que tinha acabado de comprar uma mochila, mesmo depois que ele apresentou nota fiscal.
Resposta
O Correio procurou o Shopping Barra e a loja Reserva para pedir informações sobre o caso, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para manifestações das empresas.