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Estado de Minas EM INVESTIGAÇÃO

Médico é investigado por filmar funcionário acorrentado: 'senzala'

Profissional disse 'que filmagem não passou de uma brincadeira'


17/02/2022 21:37 - atualizado 17/02/2022 21:37

Homem foi filmado por médico acorrentado e algemado
Homem foi filmado por médico acorrentado e algemado (foto: Reprodução/Polícia Civil )
O Ministério Público de Goiás e a Polícia Civil investigam o médico Marcos Antônio Souza Júnior, que filmou um funcionário negro acorrentado pelos pés, mãos e pescoço. O profissional alegou que o vídeo foi uma encenação criada pelos dois. Ele hegou a afirmar, também, em uma rede social, que a gravação foi uma 'zoeira'.

 

 

 

O homem filmado trabalha para o médico, segundo a Polícia Civil. Ele teria dito que toda situação foi uma brincadeira e não registrou denúncia contra Marcos Antônio. O delegado Gustavo Cabral disse ao "G1" que a investigação continuará.

 

"Apesar da vítima informar que partiu dela essa iniciativa e que não deseja representar contra esse médico por eventual constrangimento ou injúria, nós observamos a possibilidade de estar caracterizando o crime previsto no artigo 20, da lei de crimes raciais, por ele, aparentemente, ter incitado e induzido à prática de racismo", explicou.

 

Gustavo Cabral repudiou a situação. "É terrível ver esse racismo estrutural ocorrendo. É terrível ver a própria vítima consentir na mente dela com essa situação, isso precisa ser mudado. Espero que esse caso, além da punição individual para essa pessoa, sirva de aprendizado para toda sociedade, para superar esse terrível racismo estrutural que a gente vive", disse o delegado.

 

O médico Marcos Antônio Souza Júnior disse em um vídeo nas redes sociais que tudo foi uma brincadeira e se desculpou com quem se sentiu ofendido.

 

"A gente fez um roteiro a quatro mãos, foi como se fosse um filme, uma zoeira. Não teve a intenção nenhuma de magoar, irritar ou apologia a nada. Gostaria de pedir desculpas se alguém se sentiu ofendido, foi uma encenação teatral", disse.

 

Em nota, a prefeitura também repudiou o ocorrido afirmando que "o ato divulgado, sem explicação aceitável, causa profunda repulsa e deve ser objeto de investigação e apuração pela autoridade policial competente, para uma célere instrução e responsabilização nos termos da lei".

 

 


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