Reconhecer o corpo de um filho vítima de uma tragédia está, sem dúvida, entre as missões mais indesejáveis na vida de um pai ou de uma mãe. Leandro Rocha, de 49 anos, passou por esse momento de dor nesta quinta-feira (24/2) ao finalmente se despedir do estudante Gabriel Vila Real da Rocha, de 17, que morreu devido às chuvas em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, no último dia 15 de fevereiro.
O jovem estava desaparecido desde que o ônibus em que estava caiu no Rio Quitandinha e foi arrastado pela enxurrada. As imagens eram assustadoras.
'Nasci de novo', diz sobrevivente de ônibus levado pela água em Petrópolishttps://t.co/2o3z92Bnr6 pic.twitter.com/JGaP5i5qLA
%u2014 Estado de Minas (@em_com) February 17, 2022
Leandro foi a Petrópolis para ajudar as equipes de resgate na busca por Gabriel. Auxiliado por amigos e parentes, ele mergulhou no rio nos últimos dias na tentativa de achar pistas sobre o sumiço do filho. Mas, entre os corpos que estavam no Instituto Médico-Legal (IML), os peritos identificaram características semelhantes ao do jovem.
O corpo foi encontrado por bombeiros dentro do rio na Rua Washington Luís. Na segunda (21/2), um dos pés do tênis que Gabriel estava usando foi encontrado. Segundo o pai de Gabriel, o calçado foi achado depois que uma retroescavadeira retirou algumas árvores perto do rio.
O balanço divulgado até o início da tarde desta quinta-feira (24/2) já soma 209 mortos e 48 desaparecidos. No momento, sete corpos precisam passar por exame de DNA para serem identificados.
Em entrevista à imprensa, Leandro pediu que as equipes não parem com as buscas: “Quero agradecer primeiramente a Deus porque nós encontramos meu filho e agradecer a todos os envolvidos sem exceção. Quero deixar uma mensagem também: de que não parem com as buscas por quem está desaparecido porque eu encontrei meu filho, e tem muitos ainda aí com a esperança de encontrar os seus. Obrigado a todos”.