O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (23/3) a recomendação da segunda dose de reforço contra a COVID-19, também conhecida como quarta dose, para idosos com mais de 80 anos. A antecipação da medida por alguns estados, como São Paulo e Amazonas, foi criticada pelo ministro Marcelo Queiroga. A estimativa da pasta é de que 4,6 milhões de idosos sejam imunizados.
A aplicação desta quarta dose deve ser feita quatro meses após o primeiro reforço (terceira dose). Outra orientação da pasta é que o segundo reforço seja feito, preferencialmente, com a a vacina da Pfizer. A pasta avisa que já há vacinas da Pfizer suficientes para aplicação neste grupo.
As vacinas da Janssen e da AstraZeneca "também podem ser utilizadas, independentemente do imunizante anterior", diz nota do Ministério da Saúde.
Anteriormente, a quarta dose só era indicada pela pasta para pessoas imunocomprometidas com mais de 18 anos. A ampliação do grupo que receberá o segundo reforço da COVID-19 foi discutido pelos especialistas da Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI).
Estes consideraram a redução da efetividade das vacinas da COVID-19 entre as faixas etárias mais avançadas para recomendar a quarta dose para este grupo. "A diminuição da efetividade das vacinas em idosos, a partir de 3 a 4 meses depois da aplicação, pode ser explicada pelo envelhecimento natural do sistema imunológico, o que exige uma estratégia diferenciada para a proteção desse grupo", explicou o ministério.
A necessidade da aplicação da quarta dose da vacina da COVID-19 em outras faixas etárias é acompanhada pela pasta "e as recomendações podem ser revistas a qualquer momento", diz a Saúde.
Estados
Em São Paulo, maior estado do Brasil, a aplicação da quarta dose da vacina contra a COVID-19 começou na última segunda (21). O novo reforço dos idosos foi uma recomendação do Comitê Científico da COVID no Estado.
Em São Paulo, maior estado do Brasil, a aplicação da quarta dose da vacina contra a COVID-19 começou na última segunda (21). O novo reforço dos idosos foi uma recomendação do Comitê Científico da COVID no Estado.
"O Comitê levou em consideração na decisão o alto índice de mortalidade entre os idosos desta faixa etária durante a circulação da variante ômicron, que foi superior aos óbitos ocorridos nos dois outros picos da pandemia em 2020 e 2021", explicou o governo de SP.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a criticar a antecipação da quarta dose em idosos feito pelo governador João Doria (PSDB). Para ele, "o governador de São Paulo e outros chefes do Executivo, seja de estado ou de município, muitas vezes, interferem no processo decisório a respeito da imunização".
"Às vezes, são interferências oportunas, mas essas questões devem ser discutidas no âmbito do Ministério da Saúde, que é quem lidera esse processo. Se cada um quiser seguir de uma forma, o que vai acontecer?", criticou.