Rio de Janeiro - A morte da menina Raquel Antunes da Silva, nesta sexta-feira (22/4), pouco mais de um dia após ter sido imprensada por um carro alegórico em uma rua do entorno da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro (RJ), remonta a um caso semelhante, ocorrido em 2017. À época, a radialista Elizabeth Jofre não resistiu às complicações do atropelamento causado por uma alegoria. O incidente de cinco anos atrás deixou outras 20 pessoas feridas.
O acidente, ocorrido com um carro da escola Em Cima da Hora, que disputa a segunda divisão do carnaval, causou uma hemorragia. A menina passou por uma cirurgia que durou mais de 6 horas, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória durante a intervenção. Ela também teve traumatismo no tórax e respirava por aparelhos.
Em fevereiro de 2017, Elizabeth, conhecida como "Liza Carioca" no mundo carnavalesco, acompanhava, da pista de desfiles, a apresentação do Paraíso do Tuiuti. Logo no início do cortejo, um dos carros da escola se chocou com a grade que separa a passarela de um setor de arquibancadas. Desgovernada, a alegoria atingiu diversas pessoas.
A radialista morreu em abril daquele ano, após passar dois meses hospitalizada. Ela passou por cirurgias e, além de lidar com as sequelas, contraiu infecção bacteriana e teve anemia ao longo da internação.
Prefeito diz que vai acompanhar investigação
O acidente com Raquel da Silva motivou ordem judicial que obriga as escolas de samba a nomear representantes que possam acompanhar, a partir da dispersão da Sapucaí, o retorno das alegorias aos barracões de criação. A decisão foi tomada a pedido do Ministério Público fluminense. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as causas do choque entre a menina e o carro.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), disse que a morte de Raquel gera "grande sentimento de tristeza".
"Vamos acompanhar de perto a investigação policial que apura as responsabilidades e estamos, através de nossa secretaria de Assistência, dando apoio aos familiares", disse, pelo Twitter, em tom de solidariedade.