Jornal Estado de Minas

ACESSIBILIDADE

Menino de 5 anos com má formação ganha prótese do Capitão América

Limitação é uma palavra que nunca fez parte da rotina do pequeno Raphael George de Oliveira, 5 anos. Apesar de ter nascido sem a mão esquerda e parte do peitoral por causa de uma má formação causada pela síndrome de Poland, o menino sempre tentou superar as dificuldades para levar uma vida normal.





 

A partir de agora, Raphinha poderá contar com uma prótese personalizada para segurar objetos e realizar atividades do dia a dia com mais facilidade. Fã do Capitão América, ele ganhou uma mão personalizada e até se fantasiou para ficar igual ao seu super herói favorito.

 

A fabricação e doação da prótese foi feita por meio de um projeto do Centro Universitário IESB que imprime, monta e distribui gratuitamente próteses de mãos em 3D para pessoas com deficiência. A iniciativa em transformando sonhos em realidade para crianças e adultos com deficiência em membros superiores e faz parte do projeto E-Nable.

 

O fonoaudiólogo Franklin George Andrade Batista, 53, pai do menino, conta que o novo acessório auxiliará Raphael em atividades nas quais tinha um pouco mais de dificuldade. "Ele se adaptou muito bem ao longo da vida e fez todas as atividades. Em algumas que precisa utilizar as duas mãos apresenta uma ou outra dificuldade. Com a prótese ele vai ter uma independência maior", afirma.





 

Franklin ficou sabendo do projeto por meio de um médico da Associação Lelê, uma instituição que oferece suporte para pessoas com agenesia de membros superiores. "Quando fui ao dentista com o Rapha, o médico me falou do Lelê e começamos a frequentar. Depois nos falaram do E-Nable e fizeram essa intemediação", conta Franklin.

 

O pequeno recebeu a prótese na última terça-feira (26/4) e voltou para casa radiante. "Ele não parava de perguntar se já estava na hora de ir ver a prótese. Fomos experimentar os últimos ajustes, mas já voltamos para casa com a prótese. Todos estamos muito felizes. Mesmo ele já sendo bastante independente, essa prótese vai potencializar os atributos dele", acrescenta o pai de Raphael.

 

Raphinha não perdeu tempo e, na manhã desta quarta-feira (27/4), foi para a escola exibindo o novo acessório para todos os funcionários e colegas. A partir de agora, ele deve começar fisioterapia para se adaptar e aprimorar os movimentos. Em casa, os pais ajudam com pequenos desafios diários, como pegar objetos e abrir uma garrafa pet.





 

E-Nable

 

Pessoas que não possuem um ou todos os dedos ou qualquer membro abaixo do cotovelo podem se beneficiar de próteses criadas por alunos do Centro Universitário IESB no laboratório com supervisão dos professores. A iniciativa faz parte da rede de voluntários do projeto e-Nable Brasil, que conta com a parceria de profissionais da saúde para atender de forma segura e eficaz essas pessoas que precisam de ajuda.

 

A professora Larissa Cayres, coordenadora dos cursos de Arquitetura e Design de Interiores do IESB e responsável pelo projeto na instituição, explica que esses dispositivos são úteis para aqueles que não têm a opção de uma prótese convencional devido ao custo, tempo de troca ou individualidade dos seus membros.

 

"O e-Nable é uma rede mundial de colaboradores e fazemos parte dessa rede, onde a gente trabalha modelagens tridimensionais e desenvolvimento de próteses em impressão 3D para atender crianças e adultos que nasceram sem parte da mão ou sem, ou que passaram por algum processo que perderam esse membro", afirma.

 

As próteses feitas pelo projeto funcionam com movimento de agarrar. Elas abrem e fecham usando a flexão do punho ou cotovelo para criar a tensão para fechar os dedos. Além disso, as próteses devem ser prescritas por um profissional de saúde e seu uso deve ser acompanhado por um responsável da área de reabilitação.

 

Como solicitar

 

O interessado em adquirir a prótese de mão confeccionada pelo IESB deve entrar em contato direto com o Centro Universitário pelo e-mail fablab@iesb.br.