Nenhuma criança ou adolescente na faixa de 5 a 18 anos morreu em decorrência dos efeitos da vacinação no Brasil. Foram investigados 38 óbitos notificados por estados e municípios, e, de acordo com o último boletim epidemológico do Ministério da Saúde, divulgado na terça-feira (26/4), "até o momento, não há registros de EAPV [evento adverso pós-vacinação] com desfecho óbito na faixa etária de cinco a menores de 18 anos com relação causal com as vacinas utilizadas confirmada”.
A vacinação contra a COVID-19 para crianças de 12 a 17 anos começou há 10 meses. O uso do imunizante para essa faixa foi aprovado em 11 de junho de 2021 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), enquanto para crianças de 5 a 11 anos, a aprovação veio em dezembro de 2021 e a vacinação começou em janeiro de 2022.
A análise da notificação dos 3.463 casos de eventos adversos na faixa etária abaixo de 18 anos foi feita com base no sistema de informações “e-SUS Notifica”. Pelo relatório, 419 foram graves e 38 resultaram em morte.
Dos 38 casos, 36 estão relacionados à vacina da Pfizer e dois estão ligados à CoronaVac.
O procedimento estabelecido para a notificação de eventos adversos era que todos fossem imediatamente comunicados ao órgão, já que “frente à notificação de um EAPV é necessária a investigação e avaliação do caso para uma devida confirmação ou descarte do nexo causal entre a vacinação e o evento notificado”, diz o Ministério da Saúde no boletim.
Porém, pela investigação, o MS conseguiu apurar que alguns dos casos entre os 38 óbitos não tinham sido notificados como EAPV. “Quatro eventos ocorreram com mais de 30 dias após a vacinação, evidenciando uma relação temporal inconsistente de acordo com a classificação de EAPV”, informa o documento.
Além disso, após destrinchar os casos, os 38 óbitos notificados foram avaliados e classificados como "reações coincidentes ou inconsistentes (23), inclassificáveis devido à necessidade de informações (13) e dados conflitantes em relação à causalidade (2). Todos, sem relação consistente de um EAPV".
Sendo assim, foi possível ao MS concluir que nenhuma criança ou adolescente morreu por efeito da vacinação contra a COVID-19 no Brasil. No boletim, o ministério ressalta ainda segurança das vacinas, "tendo gerado um impacto extremamente positivo na saúde da população brasileira, com a redução expressiva dos casos, internações e óbitos pela doença".
*Estagiária sob supervisão