Dados do sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (6/5), mostram aumento assustador do desmatamento na Amazônia, que ele segue desenfreado e alcançou níveis alarmantes, batendo novos recordes, de acordo com o Greenpeace Brasil.
Conforme dados do Inpe, entre os dias 1º e 29 de abril, os alertas apontam para um total de 1.013 km² de áreas desmatadas, dado 74,6% superior ao registrado no mesmo mês de 2021. É o pior resultado da série histórica, iniciada em 2004, quando foi criado o Deter.
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Em fevereiro, desmatamento havia crescido 22%
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Vale lembrar que, na recente divulgação do Global Forest Watch, o Brasil aparece como responsável pela perda de 40% do total de florestas tropicais no mundo em 2021. “Com isso, o Brasil segue ganhando títulos desonrosos que acabam por contribuir negativamente para a contenção da crise climática e, ao mesmo tempo, passa uma clara mensagem a qual o governo tenta negar: o Brasil não tem ação estratégica alguma para conter o desmatamento em curso”, destacou o Greenpeace, que reforçou a necessidade de ações de comando e controle para promover o estancamento imediato da sangria do desmatamento e a manutenção dos direitos humanos.
“Mas para além disso, são necessárias ações coordenadas dos órgãos públicos nas três esferas e uma discussão séria e imprescindível sobre uma transição de modelo de desenvolvimento que perceba atividades capazes de conviver de forma harmônica com a floresta em pé”, complementou Freitas.
A entidade também fez um alerta contra o Projeto de Lei 2374/2020, de autoria do Senador Irajá Abreu (PSD/TO), que, ontem, foi inserido na pauta da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal, em caráter terminativo. “Se aprovado, concederá anistia àqueles que desmataram ilegalmente áreas de Reserva Legal entre julho de 2008 e maio de 2012. Sem que houvesse audiência pública ou apreciação por outras comissões, como a de Meio Ambiente (CMA) do Senado, o projeto é um benefício aos criminosos, além de ser um estímulo a novas invasões de áreas e enfraquecer a implementação do Código Florestal nos estados”, alertou o Greenpeace, em nota à imprensa. Por falta de quórum na reunião da CRA, o PL não pôde ser votado, mas há expectativa de que retorne à pauta nas próximas semanas.
Os alertas do sistema Deter mostram ainda que o maior polígono detectado de desmatamento ocorreu em Altamira, no Pará, com 1.358 hectares. O segundo maior, com 1.337 hectares, está localizado em Lábrea, no Amazonas. Os municípios de Altamira e Lábrea ocupam juntos o quarto lugar de maiores desmatamentos contínuos.