O jornalista gaúcho David Coimbra morreu nesta sexta-feira (27/5), aos 60 anos, em Porto Alegre (RS). Desde o último domingo, ele estava internado para tratar um câncer de rim.
A informação foi confirmada pelo jornal Zero Hora (GZH), veículo do qual Coimbra era colunista diário. Ele também participava dos programas Timeline e Sala de Redação, na Rádio Gaúcha, do Grupo RBS. David deixa o filho, Bernardo, de 14 anos, e a esposa, Márcia.
O jornalista, nascido em Porto Alegre, descobriru em 2013 o câncer no rim esquerdo, que acabou se espalhando silenciosamente para outras três partes do corpo, por metástase óssea. Após uma cirurgia para retirar o órgão, David passou a viver entre Boston (EUA) e o Brasil, para tratar a doença.
Nos Estados Unidos, o jornalista participava de um estudo clínico inovador que testava a aplicação de imunoterapia. O paciente recebe um medicamento que ativa o sistema imunológico no intuito de combater o câncer. Os médicos consideravam a resposta do organismo de David excelente, o que o estimulou a escrever o livro "Hoje eu venci o câncer", em 2018.
Nos últimos meses, o jornalista vinha sofrendo novamente com problemas de saúde e precisou interromper as atividades no Grupo RBS. No último dia 16, David Coimbra publicou, pela GZH, a crônica ''Quando quis morrer'', em que relata não somente a rotina de dor e mal-estar, mas também o carinho que recebia da família e amigos.
Carreira de sucesso
David Coimbra era formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)e trabalhou em diversos veículos de comunicação, entre eles os jornais Correio do Povo, Diário Catarinense, Jornal da Manhã, Jornal NH e Jornal Santa Catarina. Também atuou nas rádios Eldorado e Guaíba e da RCE TV.
O jornalista trabalhou muitos anos nas editorias de Cidades e Política, mas, nos anos 1990, assumiu o cargo de editor-executivo de Esportes no Zero Hora. Com isso, David começou a explorar a crônica esportiva, algo que o tornou bastante conhecido.
O gaúcho também escreveu alguns romances, como “Canibais — paixão e morte na Rua do Arvoredo”, (2004), e "Jô na estrada" (2010); ensaios históricos, como "Jogo de damas" (2007) e "Uma história do mundo" (2012), além das coletâneas de crônicas "Mulheres!" (2005) e "Um trem para a Suíça" (2011).