A força-tarefa do Ministério Público do Rio (MP-RJ) para investigar as mortes na mais brutal ação policial desferida no Rio de Janeiro, a do Jacarezinho, em 6 de maio de 2021 — quando morreram 28 pessoas — foi dissolvida no último dia 5. Foram denunciados quatro policiais civis, acusados pelo assassinato de três pessoas, e dois supostos traficantes, apontados de envolvimento no óbito de um policial civil.
Porém, 10 investigações sobre as outras 24 mortes foram arquivadas. O MP-RJ não encontrou evidências capazes de indicar a prática de crime pelos cerca de 300 policiais que participaram da operação.
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Silveira também removeu o corpo antes que fosse realizada a perícia. Por essas condutas, ele e Siqueira respondem por fraude processual.
Mafra e Souza foram denunciados pelas mortes de Richard Gabriel da Silva Ferreira e Isaac Pinheiro de Oliveira. Também respondem por fraude processual. Segundo o MP-RJ, entraram na casa onde os dois suspeitos se esconderam depois de terem sido feridos durante troca de tiros. Encurralaram as vítimas em um cômodo vazio e dispararam vários tiros, segundo o MP.
Os policiais apresentaram duas pistolas, dois carregadores e uma granada. Disseram que pertenciam aos dois suspeitos — o que é mentira, segundo a denúncia.
A terceira denúncia foi contra Adriano de Souza de Freitas (o Chico Bento) e Felipe Ferreira Manoel (o Fred) — chefes, segundo a polícia, do tráfico de drogas no Jacarezinho. Foram denunciados por homicídio quintuplamente qualificado pela morte do inspetor da Polícia Civil André Leonardo de Mello Frias. A investigação concluiu que não foram eles que atiraram, mas João Carlos Sordeiro Lourenço (o Jota).