Após encontrar os restos mortais do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, a força-tarefa da Polícia Federal conduz as investigações para desvendar a motivação do crime e possíveis mandantes. O material humano e o local onde os corpos foram achados serão periciados para descobrir os moldes das execuções e o passo a passo do crime. O pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, confessou a participação no assassinato.
Na tarde desta quinta-feira (16/6), a corporação informou que há cinco suspeitos sob investigação. Em coletiva no dia da descoberta dos corpos, o superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, informou que houve disparo de arma de fogo após o embate. Somente a perícia esclarecerá as causas das mortes.
Segundo a PF, novas prisões poderão acontecer no decorrer das investigações dos homicídios no Vale do Javari, no Oeste do Amazonas. Amarildo Oliveira está preso desde o dia 7 de junho. O irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Santos”, também foi detido. A Polícia, contudo, não explicou qual seria a participação dele no crime. Ambos são acusados de ameaçar o indigenista.
A dinâmica do crime ainda é objeto de apuração. Testemunhas relataram ter visto Pelado e outros suspeitos perseguindo a lancha usada por Bruno Pereira e Dom Phillips. Os restos mortais recolhidos a três quilômetros das margens do rio serão analisados a partir desta sexta-feira (17) para confirmação das identidades por meio de análise de DNA.
"O exame de DNA trará robustez à investigação não só por identificar as vítimas, mas também para comparar com eventuais vestígios que serão encontrados nos locais. E a partir daí se monta a dinâmica do crime. Geralmente, o exame é feito com um prazo de 30 dias, mas é possível que seja concluído em até 10 dias", explica o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos Camargo.
Os peritos devem fazer o exame necroscópico nos corpos para tentar identificar o que provocou a morte dos dois, quantos disparos foram feitos e se eles realmente faleceram por perfurações provocadas por arma de fogo.
Indícios de morte por arma de fogo
Os primeiros indícios apontam que Dom e Bruno foram mortos a tiros e tiveram os corpos incinerados e enterrados. A PF não confirma e nem descarta a relação com outros crimes na região.
Os irmãos presos são investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público na morte do servidor da Funai Maxciel Pereira dos Santos, em 2019, em Tabatinga.
“A princípio, ele [Amarildo] alega que foi disparo de arma de fogo, mas temos que aguardar a perícia realmente para ela identificar qual foi a causa da morte, as circunstâncias e a motivação aliado ao que nós temos produzido e vamos produzir", afirmou o superintendente Eduardo Fontes na quarta-feira.
Os irmãos presos são investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público na morte do servidor da Funai Maxciel Pereira dos Santos, em 2019, em Tabatinga.
“A princípio, ele [Amarildo] alega que foi disparo de arma de fogo, mas temos que aguardar a perícia realmente para ela identificar qual foi a causa da morte, as circunstâncias e a motivação aliado ao que nós temos produzido e vamos produzir", afirmou o superintendente Eduardo Fontes na quarta-feira.
Nova reconstituição deverá ser feita no trajeto percorrido pelas duas vítimas. A Polícia Federal também apura a motivação e a possível existência de mandantes, uma vez que o indigenista sofria ameaças de pescadores e caçadores ilegais.
Após a conclusão pericial, a PF deverá localizar o barco em local apontado por Pelado e procurar as armas usadas no crime, uma vez que testemunhas informaram que viram o principal suspeito portando uma espingarda e um cinturão de balas.