Jornal Estado de Minas

CASO BRUNO E DOM

Bruno e Dom: indigenista teria revidado após o primeiro tiro, aponta PF


A Polícia Federal dá sequência às investigações para entender a dinâmica dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Fontes, os relatos dos acusados indicam que Bruno teria revidado com cinco disparos após ser atingido pelo primeiro tiro.



"Ela chegou a disparar cinco vezes em direção a eles depois que ele leva o primeiro tiro. Quando ele leva o segundo tiro, a embarcação que ele estava pilotando, ele se perde, ela avança no barranco com muita força e provavelmente nesse momento a arma dele foi parar no rio, já que ela não foi encontrada", explicou Fontes à Rádio Gaúcha.

Bruno tinha porte de arma e por isso a carregava no momento. Segundo Eduardo Fontes, a região na qual o indigenista e Dom Phillips estavam é bastante perigosa. No local há cerca de 1.200 quilômetros de fronteira com o Peru, que abriga uma das maiores produções de cocaína do mundo. Conforme o superintendente da PF, é comum a aparição de traficantes violentos e fortemente armados na região. 
 

Mortes


Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram no dia 5 de junho durante uma viagem pelo Vale do Javari, um dos maiores territórios indígenas do Brasil, no Oeste do Amazonas. A dupla estava na região com o objetivo de entrevistar ribeirinhos e indígenas para a produção de um livro sobre a Amazônia.




A Polícia prendeu suspeitos de envolvimento no assasinato de Bruno e Dom, entre eles os irmãos Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, e Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Santos”. Os criminosos tinham histórico de prática de pesca ilegal nas imediações e já haviam ameaçado o indigenista em ocasiões anteriores.

Após serem mortos a tiros, Bruno Pereira e Dom Phillips tiveram os corpos queimados, esquartejados e enterrados. A Polícia Federal contou com informações repassadas pelos acusados de homicídio e a ajuda de ribeirinhos e indígenas para localizar as vítimas na última quarta-feira (15). A confirmação por meio de exames ocorreu na quinta-feira (16).

*Estagiário sob supervisão do subeditor Rafael Arruda