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Estado de Minas ASSASSINATO NA AMAZÔNIA

Dom e Phillips: corpos serão entregues às famílias hoje (23/6)

Trabalhos da perícia continuam nos próximos dias, concentrados na análise de vestígios do caso


23/06/2022 08:58

Caixão de Bruno é carregado em enterro
Bruno e Dom investigavam crimes ambientais quando desapareceram na Amazônia (foto: TV Brasil/Reprodução )
A Polícia Federal (PF) informou nesta quarta-feira (22) que os exames periciais realizados nos remanescentes humanos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips foram concluídos. Com isso, os corpos serão entregues às famílias nesta quinta-feira (23), com previsão de decolagem do aeroporto de Brasília às 14 h para os respectivos destinos.

Ainda segundo a PF, os trabalhos dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística continuarão nos próximos dias concentrados na análise de vestígios diversos do caso. Na segunda-feira (20), foi localizada a lancha na qual a dupla viajava quando foram emboscados e mortos, no dia 5 de junho.

Os investigadores apuram a participação de oito pessoas envolvidas no assassinato de Bruno e Dom. Três dos suspeitos estão presos e cinco foram identificados por terem participado da ocultação dos cadáveres. Os presos são Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, Jefferson da Silva Lima e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Até o momento, apenas Amarildo confessou o crime.

Segundo a PF, as investigações continuam para esclarecer todas as circunstâncias, os motivos e os envolvidos no caso. Na semana passada, a corporação - que lidera o comitê de crise instalado para investigar o caso -, antecipou não haver indícios de que o crime tenha sido encomendado.

Em nota, a União dos Povos do Javari (Univaja) discordou da conclusão da PF. A entidade – para a qual Bruno prestava serviços desde que se licenciou, sem vencimentos, do seu cargo na Fundação Nacional do Índio (Funai) – afirma ter repassado informações sobre organizações criminosas que atuariam na região e que poderiam ser as responsáveis pelas mortes do indigenista e do jornalista. No documento, a Univaja solicita que as investigações continuem e que nenhuma hipótese seja descartada.

“Exigimos a continuidade e o aprofundamento das investigações. Exigimos que a PF considere as informações qualificadas que já repassamos a eles em nossos ofícios. Só assim teremos a oportunidade de viver em paz novamente em nosso território, o Vale do Javari”, diz a nota.

Vítimas


Dom Phillips, que é colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, servidor licenciado da Funai, foram vistos pela última vez na manhã do dia 5 de junho, na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares.

O local concentra o maior número de indígenas isolados ou de contato recente do mundo. Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), quando sumiram sem deixar vestígios.

O indigenista denunciou que sofria ameaças na região, informação confirmada pela PF, que abriu procedimento investigativo sobre a denúncia. Bruno Pereira estava atuando como colaborador da Univaja, uma entidade mantida pelos próprios indígenas da região, e tinha como foco impedir invasão da reserva por pescadores, caçadores e narcotraficantes.


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