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Estado de Minas SAÚDE

Defensorias Públicas pedem revisão de cartilha do MS sobre aborto

Texto do Ministério da Saúde não tem caráter obrigatório, no entanto, as defensorias consideram que pode produzir desinformação sobre o tema


29/06/2022 08:12

criança se defendendo de violência
(foto: Agência Brasil)

As Defensorias Públicas de 13 estados do Brasil fizeram um documento em que questionam o Ministério da Saúde acerca da cartilha "Atenção Técnica para Prevenção, Avaliação e Conduta nos Casos de Abortamento", que em um dos trechos defende que "todo aborto é um crime", e que os casos permitidos no país (risco para mãe e em casos de violência sexual) são classificados como “excludente de ilicitude”.

 

A cartilha foi publicada no início de junho e as defensorias defendem que, mesmo que o documento não tenha caráter obrigatório, ele tem o potencial de produzir desinformação e restrição do direito de mulheres e meninas.

"Nenhum direito pode ser exercido sem que a pessoa tenha informação. A pessoa só é capaz de ser cidadã a partir do momento em que ela conhece esses direitos. Então o Ministério da Saúde com esse documento, ele cria um cenário de coerção, de medo e de uma sensação de insegurança jurídica para as pessoas que trabalham e para as pessoas que necessitam de atendimento médico", explica Nalida Coelho Monte, do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos Gerais.

 

 

Além disso, o texto das defensorias aponta que o documento do ministério usa de julgamentos morais e sem respaldo científico. O texto foi debatido em audiência pública nesta terça-feira (28/6), no entanto, Nadine avalia que o caráter democrático da audiência foi comprometido por ter sido marcada com apenas alguns dias de antecedência. 

 

"Mais de 80 entidades que debatem os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres solicitaram participação ou adiamento da audiência para realização em outra data e esse pedido não foi atendido pelo Ministério da Saúde", reforça ela.

Nalida comenta ainda sobre a importância do documento. "Os profissionais de saúde acabam ficando num cenário de muita insegurança justamente por acreditar que se eles prestarem o atendimento eles vão estar cometendo um crime, então essa sensação de insegurança e coerção nos profissionais de saúde acabam produzindo um cenário de restrição dos direitos das mulheres", explica. "Quando fala que uma conduta é crime o Ministério da Saúde acaba coagindo os profissionais de saúde a não prestar atendimento médico, porque eles vão acreditar que estão praticando um crime", pontua. 


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