(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CASO BRUNO E DOM PHILLIPS

Bruno e Dom Phillips: juiz acata denúncia e três investigados viram réus

Amarildo e Oseney da Costa Oliveira e Jefferson Lima vão responder por duplo homicídio qualificado do indigenista e do jornalista e pela ocultação dos cadáveres


23/07/2022 04:00 - atualizado 23/07/2022 00:03

ccc
Exibindo cartaz com imagens de Dom Phillips e Bruno Pereira, manifestantes pedem justiça pela morte dos dois, assinados em junho no Amazonas (foto: Luciola Villela/AFP - 22/7/22)



O juiz federal Adriano Verli, da Vara Federal Cível e Criminal de Tabatinga (AM), aceitou ontem a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), feita na quinta-feira, e tornou réus três homens investigados pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima já estão presos. Eles serão julgados por duplo homicídio descrito por motivo fútil e ocultação dos corpos. O crime ocorreu no Vale do Javari, no estado do Amazonas, no início de junho.
 
Segundo os cinco promotores responsáveis pelo caso no MPF, Amarildo, conhecido como “Pelado” e Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”, confessaram o crime, enquanto Oseney , o “Dos Dantos”, teve a participação comprovada por depoimentos de testemunhas. A denúncia foi apresentada na quinta-feira ao juízo da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga, no Amazonas, onde o crime ocorreu. O juiz levantou o sigilo do autos.
 
A denúncia traz prints de conversas e cita os resultados de laudos periciais, com a análise dos corpos e objetos encontrados. De acordo com o órgão, já havia registro de desentendimentos entre Bruno e Amarildo por pesca ilegal em território indígena.
 
Ainda de acordo com o Ministério Público, o que motivou os assassinatos foi o fato de Bruno ter pedido para Dom fotografar o barco dos acusados, o que é classificado pelo órgão como motivo fútil e pode agravar a pena.
De acordo com as investigações, Bruno foi morto com três tiros, sendo um deles pelas costas, sem qualquer possibilidade de defesa, o que também qualifica o crime. Já Dom foi assassinado apenas por estar com Bruno, de modo a assegurar a impunidade pelo crime anterior.
 
De acordo com o coordenador da Câmara Criminal do MPF (2CCR), o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, o órgão segue acompanhando o processo e os desdobramentos, além de outros episódios de violência registrados na região.
 
Um quarto homem que foi preso durante as investigações, Rubens Villar, conhecido como Colômbia, não foi alvo desta denúncia do MPF. A Polícia Federal investiga se ele foi o mandante do crime. Colômbia é suspeito de comandar a pesca ilegal no Vale do Javari, palco de conflitos que têm se alastrado pela floresta: tráfico de drogas, roubo de madeira e avanço do garimpo.

O CASO Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram em 5 de junho durante uma viagem pelo Vale do Javari, um dos maiores territórios indígenas do Brasil, no Oeste do Amazonas. A dupla estava na região com o objetivo de entrevistar ribeirinhos e indígenas para a produção de um livro sobre a Amazônia. Após serem mortos a tiros, Bruno Pereira e Dom Phillips tiveram os corpos queimados, esquartejados e enterrados.  (Com agências)

*EStagiário sob supervisão da subeditora Rachel Botelho


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)