Com 183 mil funcionários, a 13ª edição do Censo começa nesta segunda-feira (1º/8), com entrevistas em todos os 5.568 municípios brasileiros, no Distrito Federal e no Distrito Estadual de Fernando de Noronha. A pesquisa é realizada a cada dez anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O último Censo foi feito em 2010, e a meta era que outro fosse feito em 2020. Por falta de investimentos e por conta da pandemia, a pesquisa vem com um atraso de dois anos. Ao todo, são cerca de 89 milhões de endereços para coleta de dados.
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#PRAENTENDER: por que a realização do Censo é tão importante para o BrasilCenso: Bolsonaro volta atrás e sanciona PL que inclui pergunta sobre autistasMPF questiona ausência de pergunta sobre identidade de gênero no CensoCenso já entrevistou mais de 60% da população, informa IBGEColeta do Censo 2022 é prorrogada até dezembroBH: UFMG seleciona pesquisadores para o censo de pessoas em situação de ruaResultados da pesquisa são importantes para apontar caminhos de políticas públicas, baseados na renda, escolaridade, faixa etária, raça e cor, nascimentos, mortes e espelhar a realidade dos municípios brasileiros.
O censo é a única fonte de referência nacional dessas condições.
Como serão os questionários
Em 2022, dois questionários serão aplicados: um ampliado e outro simplificado. O ampliado conta com 77 perguntas e será aplicado a 11% dos entrevistados, levando 16 minutos para ser respondido, em média. Já o simplificado deve ser aplicado aos 89% restantes, com tempo médio de 5 minutos para entrevista.
O questionário básico pergunta sobre identificação do domicílio, informações sobre moradores, características do domicílio, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo domicílio, mortalidade e dados da pessoa que foi entrevistada.
Já o ampliado pede também informações sobre trabalho, rendimento, casamento, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo, deslocamento para trabalho e autismo.
Assim como em 2010, todos os dados serão colhidos digitalmente, por meio do Dispositivo Móvel de Coleta (DMC). As informações são sigilosas e criptografadas.
O questionário pode ser respondido também pela internet e pelo telefone. Nesses casos, o recenseador vai até a casa do entrevistado entregar um código necessário para preencher o questionário. Por meio da internet, o prazo de resposta é de 7 dias.
Para evitar possíveis golpes, é possível conferir a identidade do recenseador por meio do QR Code do crachá ou digitando o número de matrícula no site do IBGE.
Novidades
O Censo de 2022 contemplará, pela primeira vez, perguntas sobre autismo e população quilombola.
Questionários sobre autismo são uma exigência da legislação brasileira desde a Lei 13.861/19, e permite produzir informações atualizadas do número de indivíduos com essas características. A partir dos números, é possível também comparar a situação do Brasil com a de outros países relativo a esse tema.
Povos indígenas já são incluídos nas pesquisas do IBGE desde 1991. Em 2010, o levantamento passou a citar também sobre pertencimento étnico e línguas indígenas faladas.
Em 2022, é a primeira vez que o país terá dados atualizados sobre a população quilombola, bem como os nomes das comunidades. Antes de iniciar a coleta de dados, os recenseadores apresentam o levantamento à liderança comunitária e esclarecem possíveis dúvidas.
Neste momento, também deve ser apresentado à liderança o questionário de abordagem em agrupamento indígena, outra novidade de 2022. Por meio dele, se tem a identificação de dados de infraestrutura, recursos naturais, educação, saúde e hábitos relativos àquela aldeia ou comunidade.