A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã deste sábado (6/8), três suspeitos de participação na ocultação dos corpos do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira em uma operação contra pesca ilegal na região do Vale do Javari, no Amazonas.
Foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva: dois contra Amarildo Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, e Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia – ambos já estavam detidos.
Além desses, foram cumpridos outros dez mandados de busca e apreensão.
De acordo com a PF, os três presos que teriam ocultado os corpos de Bruno e Dom são parentes de Amarildo.
As investigações também encontraram indícios que Ruben Dario da Silva Villar, homem conhecido como Colômbia, seria líder e financiador de uma associação criminosa armada dedicada à prática da pesca ilegal na região do Vale do Javari.
Relembre o caso
Dom Phillips e Bruno Pereira percorriam a floresta com o objetivo de consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas, na vigilância do território afetado pelas intensas invasões de garimpeiros e do desmatamento ilegal. O trabalho buscava ainda expor, sob o ponto de vista dos povos originários, as mazelas vividas pelas comunidades da região.
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A dupla desapareceu no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte, pontos de ida e de retorno respectivamente, no estado do Amazonas. Dom Phillip e Bruno chegaram ao Lago do Jaburu na sexta-feira (3/6), no início da noite. No domingo (5/6), viajaram à comunidade São Rafael, visita previamente agendada, para que o indigenista fizesse uma reunião com o líder comunitário.
Em seguida, partiram rumo ao município de Atalaia do Norte às 6h, onde desapareceram.
Cerca de 11 dias depois, já com a Polícia Federal (PF) no caso, Amarildo da Costa Oliveira, mais comumente conhecido por "Pelado", indicou para as equipes de busca o local onde estariam os corpos dos desaparecidos.
A investigação concluiu que Bruno Pereira foi assassinado por combater a pesca ilegal em terras indígenas do Vale do Javari. Segundo a polícia, Bruno e “Pelado”, tinham um histórico de brigas e ameaças porque o indigenista costumava apreender carregamentos de peixes de “Pelado” retirados de reservas indígenas. Pelo motivo de o crime estar relacionado com questões indígenas, o caso passou a ser conduzido pela Justiça Federal.
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Bruno foi assassinado com três tiros, e Dom Phillips com um.
Depois de matarem o jornalista e o indigenista, os criminosos se separaram. Jefferson, um dos assassinos confessos, usou sacos de areia para tentar afundar o barco. E “Pelado” pediu ajuda a amigos e parentes que moram em uma comunidade que fica perto do local do crime.
No dia do crime, os assassinos também queimaram os corpos de Dom e Bruno. No dia 6 de junho, um dia depois das execuções, Jefferson e Amarildo voltaram ao local do crime e queimaram os corpos pela segunda vez, antes de ocultarem os cadáveres.