Tutores de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Alagoas, Sergipe e do Distrito Federal relataram à Polícia Civil de Minas Gerais as mortes de cachorros por suspeita de intoxicação alimentar, após o consumo de petiscos da Bassar Pet Food.
Minas é o estado onde apareceram os primeiros casos.
Em nota publicada em seu site, a Bassar diz que colabora com as investigações e que contratou uma empresa de perícia, a fim de inspecionar os processos de produção, as máquinas de sua fábrica e as matérias-primas utilizadas nos produtos.
Em Minas Gerais, o número de mortes por suspeita de intoxicação depois do consumo de petiscos da Bassar subiu para oito. Até a última sexta-feira (2/9), eram sete. Outros seis animais foram internados, segundo informações da Polícia Civil.
Entre os cachorros mortos, sete são da capital, e um é do interior, de Piumhi, Centro-Oeste do estado. O petistco consumido, no entanto, foi comprado em Belo Horizonte.
Substância tóxica
Na última sexta, o setor de perícia da Polícia Civil em Minas anunciou ter identificado a presença de monoetilenoglicol em um dos três produtos da Bassar que podem estar relacionados com as intoxicações.
Dois dos produtos são o Every Day e o Dental Care. O terceiro não teve o nome divulgado.
A corporação não disse em qual produto houve confirmação da presença de monoetilenoglicol.
A Bassar afirma em nota que não teve acesso ao laudo e que colabora com as investigações. "A empresa enviou amostras de seus produtos e matérias-primas para institutos de referência nacional para atestar a segurança e conformidade dos produtos sob investigação", diz o texto.
O monoetilenoglicol é da mesma família do dietilenoglicol, substância apontada como a causa da morte de dez consumidores da cerveja Backer em Minas Gerais em 2019 e 2020. Ambas provocam danos severos aos rins.
Na semana passada, um laudo emitido pela Escola de Veterinária da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) já havia sugerido a presença de etilenoglicol no organismo de um dos cachorros mortos.
Segundo o departamento de perícia da Polícia Civil, etilenoglicol e monoetilenoglicol são o mesmo produto.
"As pessoas têm que procurar a delegacia local com o produto em mãos para ser periciado e, em caso de morte, encaminhar o corpo do animal para ser necropsiado pelas autoridades", afirma a delegada responsável pelas investigações, Danubia Quadros.
Delegacia de Defesa do Consumidor
Também na sexta, o Ministério da Agropecuária e Abastecimento (Mapa) determinou o recolhimento de todos os produtos da empresa. A fábrica da Bassar em Guarulhos, na Grande São Paulo, foi interditada no mesmo dia.
Sobre a retirada dos produtos do mercado, a Bassar afirma que o procedimento está em andamento e que não há previsão de data para conclusão.