
A mulher disse que o artista se aproximou do filho após o adolescente tê-lo procurado para dicas de atuação no teatro. Ela acionou um advogado para acompanhar as investigações, que estão sendo conduzidas na Dcav (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima).
Preso em flagrante com vídeos de pornografia infantojuvenil, José Dumont falou pela primeira vez sobre as acusações.
A reportagem não conseguiu localizar Arthur Bruno Fischer, advogado do ator. Em pedido de habeas corpus que foi negado pelo Tribunal de Justiça do Rio, ele disse que Dumont nega o crime de estupro de vulnerável e que se considera padrinho do menino.
Dumont "possui muito carinho pela criança e se considera padrinho da mesma, razão pela qual passou a ajudar a família com presentes, roupas e dinheiro", diz trecho do documento da defesa.
Em relação às imagens encontradas pelos agentes, o ator afirmou que "apenas realizou pesquisas em plataformas usuais, afirmando que as pesquisas se destinam exclusivamente a um estudo para a futura realização de um trabalho acerca do tema, sem tabus ou filtros e que tal pesquisa se faz necessária para exercer sua profissão", diz relatório do caso, ao qual a reportagem teve acesso.
Na entrevista à TV, a mãe do jovem afirmou que o ator passou a ser muito amigo da família e que realizou uma festa de aniversário para ele. Atualmente, o adolescente passa por tratamento psicológico, segundo a mãe.
Na entrevista, a mãe do jovem afirma que o filho recebeu R$ 1.000 em um depósito bancário. O dinheiro seria para ajudar com remédios. O comprovante da transação bancária foi encontrado na casa do ator, pela polícia.
A prisão do ator ocorreu no dia 15, após vizinhos dele entrarem em contato com a polícia e afirmarem que o ator foi flagrado em imagens do circuito interno do prédio acariciando e beijando o jovem.
Durante ação de busca e apreensão no apartamento de Dumont, por conta dessa denúncia, foram encontrados cerca de 240 imagens de pornografia infantil, o que acarretou a prisão em flagrante.
O que diz a lei sobre pornografia infantil
A pedofilia em si não é crime, pois é um quadro de psicopatologia, com critérios diagnósticos, e o indivíduo pode nunca chegar a cometer nenhum crime por controlar seus impulsos sexuais. Por crimes ou violências sexuais contra crianças e adolescentes compreende-se o abuso sexual, estupro, exploração sexual, exploração sexual no turismo, assédio sexual pela internet e pornografia infantil.
Tipificação do crime na internet
A Lei 11.892, de 2008, tipifica o crime de pedofilia pela internet.
- "Art. 241. Apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores ou internet , fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente:
- Pena - reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos , e multa."