Jornal Estado de Minas

PEGADINHA VIRALIZOU

'Fake news do bem', diz roteirista que fez pegadinha de invasão alienígena

 


Por Maria Dulce Miranda

As fake news podem ser usadas para fazer humor. É o que acredita o humorista e roteirista Gui Sousa. Ele viralizou ao fazer uma pegadinha com a família e os amigos criando um plantão fake anunciando a chegada de extraterrestres na Terra. Gui também tocava o “Ego estagiário”, site que era uma paródia do portal “Ego”, dando novas interpretações para as fotos dos famosos.






“Eu acho que isso é o exemplo de que a internet pode ser muito maneira quando está em boas mãos, porque são fake news, mas fake news do bem”, defende o roteirista. Ele diferencia as brincadeiras das notícias falsas criadas para enganar pessoas. Mas explica que o humor não tem maldade.

 

O "Ego estagiário" usava fotos de artistas e criava histórias absurdas a partir dela (foto: Reprodução)
 


Porém é um lembrete de quão fácil é enganar as pessoas. “A internet é um lugar muito tenebroso, então, tem que tomar cuidado com todas as informações. Porque meus amigos são jovens e a gente sabe que as fake news atingem mais as pessoas mais velhas. E se eles caíram (na pegadinha), qualquer um pode cair. Mas tem um lado bom: dá para usar a internet, a fake news e a mentira de uma forma bem humorada. Basta querer”, pondera.

Invasão alienígena

Gui conta que é apaixonado por temas espaciais e está sempre levando discussões sobre ETs, galáxia e universo para sua roda de amigos. Ele também ama documentários sobre o assunto. Foi aí que, durante uma conversa com o marido, que veio a dúvida: qual seria a reação se visse um ET? E como a sociedade reagiria com a notícia da presença dos extraterrestres?


O roteirista, que acredita na existência dos alienígenas, pensou que não teria as respostas para essas perguntas agora, mas que poderia testar os amigos. “Eu falei para o meu marido que ia fazer uma edição muito bizarra ao ponto de até eu acreditar. E aí eu fui pensando: preciso do plantão, mas não sei fazer deep fake. Então, eu preciso de uma jornalista brasileira para trazer credibilidade”, lembra.





Para ele, era importante que a narrativa fosse fidedigna, de modo que não criasse dúvida na cabeça de quem ia ser alvo da pegadinha. “A pessoa precisa estar conectada, sem pensar que pode ser uma brincadeira”, afirma. 

 


A primeira vez que Gui fez a pegadinha foi em junho, no sítio de uma amiga. Para ficar mais real, ele colocou o vídeo em um pen drive na TV da dona da casa. “A chance de ela pensar alguma coisa era quase nula. Foi a primeira reação e a gente riu muito”, relata. 


Desde então, ele aplicou a pegadinha com outros grupos de amigos e com a família. Mas ele conta que os familiares não caíram na brincadeira: “Ficaram falando ‘isso é coisa do Guilherme’, porque eles me conhecem. Desde criança que eu pego e edito coisas. Minha família não caiu, mas todo o resto acreditou. Minha sogra amou, ela é a que fala ‘eles chegaram, ainda bem’”.





Orson quem?

Apesar de a história da pegadinha de Gui lembrar a transmissão radiofônica de “A guerra dos mundos”, feita em 1938 nos Estados Unidos, que causou pânico em mais de 1 milhão de pessoas, o humorista nega que teve influência do caso. O roteirista diz, inclusive, que nem conhecia o caso.


A primeira vez que viu foi quando o jornalista Guga Chacra compartilhou sua publicação e, nos comentários, as pessoas o chamavam de “Orson Welles brasileiro”.  “Eu de fato não sabia,foi coincidência mesmo. Eu achei maneiro, muito genial que ele já fez isso de uma forma bem maior porque ele fez na rádio, só que não deu pra ver a reação das pessoas, acredito. Eu não pesquisei a fundo, mas eu fiquei sabendo ali.  Acho que as pessoas devem ter dado uma pirada”, afirma.