A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) publicou uma carta manifestando sua preocupação com a atual situação da vacinação de crianças contra a COVID-19. No documento publicado nesta segunda-feira (14/11), a entidade chama atenção para o aumento significativo do número de casos positivos e o surgimento da nova subvariante BQ.1.
De acordo com o manifesto, é fundamental que o Ministério da Saúde retire a orientação para que se aplique as vacinas apenas em crianças com comorbidades, principalmente porque existe oferta para aquisição junto aos fornecedores, e porque não existem critérios seguros que elencam comorbidades nessa faixa etária.
A frente argumenta que a situação no Brasil é agravada pela irregularidade no envio de imunizantes da Pfizer aos municípios. A vacina é indicada para aplicação em crianças com mais de seis meses e menores de três anos.
No sábado (12/11), a reportagem do Estado de Minas mostrou que as vacinas para crianças em Belo Horizonte não cobrem nem 10% do público-alvo. Aproximadamente 61,7 mil pessoas precisam se vacinar, mas de acordo com a Prefeitura de BH (PBH) não existe uma data para o início da campanha.
A capital mineira recebeu 5,6 mil doses da vacina Pfizer-BioNtech, na última sexta-feira (11/11). A quantidade de imunizante será aplicada em apenas 9% das crianças. Segundo a Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o Ministério da Saúde disponibilizou um lote de 95 mil doses da vacina para a aplicação das três doses.
Confira a Nota da FNP na íntegra
O aumento significativo do número de casos positivos e a nova subvariante da COVID-19 preocupa prefeitas e prefeitos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a BQ.1 foi identificada em ao menos 65 países e em muitos, como França e Alemanha, provocou novas ondas da doença.
Situação especialmente agravada no Brasil pela irregularidade no envio aos municípios de imunizantes da Pfizer, indicada para aplicação em crianças com mais de seis meses e menores de três anos. Além disso, é fundamental a retirada da orientação do Ministério da Saúde para que se apliquem as vacinas apenas em crianças com comorbidades, tanto porque há oferta de imunizantes disponíveis para aquisição junto aos fornecedores, quanto porque não há critérios seguros que permitam elencar comorbidades nessa faixa etária. É um equívoco replicar as diretrizes dos adultos para o público infantil. Certamente, isso comprometerá o acesso aos imunizantes, uma vez que poderá ser necessário encaminhamentos de médicos.
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) alerta que as crianças não podem ser submetidas ao risco de morte, quando há imunizantes disponíveis no mercado. Sendo assim, solicita urgentemente ao Ministério da Saúde a aquisição e regularidade na entrega das doses, além do importantíssimo estímulo a complementação do plano vacinal de toda a população.
Brasília, 14 de novembro de 2022.
Frente Nacional de Prefeitos
*Estagiário sob supervisão do subeditor Juliano Paiva