Presa por suspeita de matar o marido e guardar o corpo dele em um freezer em Lacerdópolis (SC), a pedagoga Claudia Fernandes, 40, afirmou que teve uma "sensação de liberdade" após cometer o crime.
"Eu vou agora cumprir minha pena, vou para cadeia, mas eu nunca me senti tão livre. Eu sinto que minha filha está mais segura. Não vai ter ninguém impedindo da gente se ver. Sei que vou parar de apanhar, não sei explicar, mas é uma liberdade", disse, em entrevista ao Canal Beto Ribeiro, no Youtube.
Após confessar o crime, ela se entregou e afirmou que a vítima, Valdemir Hoeckler, 52, era agressivo e a ameaçou de morte. Ela admitiu que deu remédio para ele dormir e o asfixiou em seguida.
Segundo a suspeita, ela teve "um surto" pós o marido a impedir de ir a uma viagem com colegas de trabalho, que seria realizada no último dia 14, a ameaçando de morte em seguida.
"Dei um surto. E pensei: 'já que alguém vai morrer, que seja você ", disse.
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À reportagem, a defesa de Claudia também reforçou a versão de que a violência doméstica sofrida por ela foi a motivadora do assassinato.
"Ela era uma mulher maltratada física e psicologicamente. Por vezes, até violentada de forma sexual. E que para preservar a própria vida, matou. Hoje ela está se entregando à polícia e possivelmente vai ser presa. Mas ela deixa bem claro: nunca se sentiu tão livre", afirmou o advogado Marco Alencar.
"Vamos colocar todas as circunstâncias para que a juíza da comarca fique sabendo de todo esse cenário de horrores e vamos pedir para que a juíza imponha condições para que ela responda esse ato em liberdade", disse outro advogado de Claudia, Claudio Dalledone, ao UOL Notícias.
RELEMBRE CASO
O corpo de Valdemir foi encontrado na noite de sábado (19). Ele estava desaparecido desde a segunda-feira (14), quando não apareceu para trabalhar.
A esposa permitiu a busca -mas não estava lá no momento em que a polícia achou o corpo, se entregando somente na tarde desta segunda (21).
A polícia desconfiou do homicídio diante de versões desencontradas dadas pela esposa e outras informações colhidas com vizinhos.
Oficialmente, a esposa de Hoeckler prestou depoimento na sexta-feira (18), ocasião em que estava com hematomas e marcas de agressão no braço. Questionada sobre a origem dos ferimentos, ela não soube explicar -mas aceitou fazer o exame de corpo de delito, de acordo com o delegado.
Um dos elementos que chamou a atenção da Polícia Civil foi o estado do freezer da casa.
Quando o Corpo de Bombeiros esteve no local para fazer buscas na propriedade, durante a semana, a mulher ofereceu um almoço para os militares e refrigerantes, que estavam no freezer.
Contudo, o eletrodoméstico estava quase cheio -o que chamou a atenção de um vizinho que acompanhava as buscas. Ele relatou à polícia que dias antes esteve na residência e notou que o freezer estava vazio. Em uma vistoria, a polícia achou o corpo de Valdemir.