Após invadir duas escolas, matar quatro pessoas e ferir outras sete na última sexta-feira (25/11) no município de Aracruz, no Espírito Santo, o adolescente de 16 anos voltou para casa, guardou as duas armas do crime e seguiu sua rotina: almoçou com os pais e foi com eles para a casa de praia da família.
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Os detalhes foram revelados pelo delegado responsável pela investigação do caso, o titular da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Aracruz, André Jaretta.
Bullying
De acordo com o delegado, o adolescente contou durante seu depoimento que começou a planejar o ataque em 2019, após sofrer bullying na escola em que estudava.
"A partir disso, ele começou a ter ideias sobre cometer o atentado e iniciou o planejamento de como executar as ações, mas não revelou para ninguém. Ele guardou os planos para si, alimentando o sentimento de ódio", informou.
Arma do pai
O adolescente disse em depoimento à polícia que manuseava a arma do pai escondido e se preparou para o ataque assistindo vídeos na internet.
"Sempre que tinha oportunidade de ficar sozinho, ele pegava as armas e manuseava, sem o conhecimento dos pais", disse o delegado.
Apesar dessa informação, a Polícia Civil vai investigar se o pai, em algum momento, ensinou o filho a manusear armas e atirar. "Seremos rígidos nessa apuração da relação deles", afirmou Jaretta.
Ataque
Após fazer todo o "treinamento", o adolescente decidiu, segundo o delegado, que faria o ataque quando tivesse a oportunidade de ficar sozinho.
Na manhã da última sexta, os pais do jovem foram fazer compras no centro de Aracruz, que fica a cerca de 20 quilômetros de Coqueiral de Aracruz, bairro onde a família mora e as escolas ficam localizadas.
Sozinho em casa, o adolescente pegou as duas armas, os carregadores com as munições e um dos carros da família.
Após cometer os ataques, matando três professoras e uma aluna, ele voltou para casa e guardou as armas do pai. Quando os pais chegaram, já sabendo do ocorrido nas escolas, conversaram com o adolescente, que "desconversou" sobre o assunto, segundo a investigação.
Os três almoçaram e foram para a casa de praia da família. Horas depois, policiais militares, que reconheceram o carro e a arma do tenente, foram até o local.
"Inicialmente, ele negou que tivesse cometido o crime. Mas, depois, acabou confessando", disse o policial militar Farias, que efetuou a apreensão do adolescente.