Após publicar uma foto nas redes sociais segurando uma pequena escultura do menino Jesus negro, o padre Júlio Lancellotti dividiu opiniões, sendo alvo de diversas críticas. O religioso é acusado de promover uma “militância” e tentar “mudar a história”.
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PM afirma que desativou explosivo em caminhão de combustível no DFMenino de cinco anos reage ao vídeo de seu nascimento: 'Que terrível'PF volta a produzir passaportes; 100 mil pessoas estão na filaPadre Júlio Lancellotti diz que foi barrado por Ricardo Nunes em eventoIncêndio atinge loja da Havan em Vitória da ConquistaCom mais de 1,3 milhão de seguidores apenas no Instagram e vinculado à Arquidiocese de São Paulo, o padre Júlio Lancellotti é conhecido por suas ações sociais que visam atender, especialmente, pessoas em situação de rua. Nas redes, ele divide com os seguidores o trabalho que executa, além de levar palavras de fé às pessoas.
Jesus negro ou branco?
Parte substancial das igrejas evangélicas no Brasil – principalmente as grandes denominações – tem sido conivente com a violência sofrida por pessoas negras e pobres das periferias de grandes cidades, segundo avalia o teólogo e pesquisador Ronilso Pacheco, de 44 anos, que também é autor do livro Teologia Negra, o sopro antirracista do espírito.
“Podemos chamar a Teologia Negra de um movimento teológico que está basicamente direcionado a questões de colonização e opressão das populações negras. Ela envolve os contextos de escravização e de políticas antinegras ao redor do mundo”, pontuou o pesquisador em entrevista à BBC Brasil em março de 2021.
“Não há a discussão se Jesus era negro ou branco, porque em relação a isso não há muito o que discutir: é difícil imaginar uma figura branca na Palestina daquela época”, explicou Pacheco.
Para o teólogo, Cristo branco elimina qualquer possibilidade de identificação teológica e bíblica com a população negra. "Deliberadamente, a presença e o protagonismo do continente africano são apagados, como uma forma de justificar a colonização e a escravização. Além disso, há uma tentativa de apagamento da tradição e religiosidade da África”, avaliou.