A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se pronunciou, em nota, sobre a morte do papa emérito Bento XVI. Intitulada como “Nota de pesar e esperança”, a CNBB destacou o legado que o papa deixou para a Igreja católica e que Joseph Ratzinger se “preocupava com os rumos do mundo”.
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“Como teólogo, bispo e papa, ele nos deixou um grande legado, onde se destacam o amor pela Igreja e a preocupação pelos rumos do mundo. Em seu pontificado, escreveu três encíclicas para as quais somos convidados a nos voltar com dedicação ainda maior, não apenas em razão de sua morte, mas acima de tudo pela mensagem que estas cartas nos trazem”, disse a diretoria da CNBB.
A entidade afirmou, ainda, que o ato inédito de Bento XVI em renunciar ao papado, fato este que aconteceu em 2013, foi uma escolha de “humildade” e que, mesmo como emérito, colaborou com os ensinamentos cristãos. O pontífice, na carta que escreveu descrevendo as razões de sua renúncia, ressaltou que não tinha mais forças físicas para continuar no ministério, por conta da idade avançada.
“Bento XVI foi um pastor e teólogo. Na vida buscou conciliar fé e razão, justiça e caridade, temas recorrentes do seu magistério. Com a renúncia, trilhou o caminho da humildade e na emeritude ensinou a como nos preparar para o encontro definitivo com o Senhor”, continuou a nota.
Confira a nota da CNBB na íntegra
Nota de pesar e esperança da CNBB
“Eu sou a Ressurreição e a Vida!” (Jo. 11,25)
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil agradece ao Bom Deus pela vida, o testemunho e os ensinamentos do Papa Bento XVI.
Como teólogo, bispo e Papa, ele nos deixou um grande legado, onde se destacam o amor pela Igreja e a preocupação pelos rumos do mundo. Em seu pontificado, escreveu três encíclicas para as quais somos convidados a nos voltar com dedicação ainda maior, não apenas em razão de sua morte, mas acima de tudo pela mensagem que estas cartas nos trazem.
No Natal de 2005, na encíclica Deus é Amor, conclamou o mundo a contemplar Jesus Cristo e reconhecer o amor como o grande critério a julgar todas as relações, gerando solidariedade, caridade e fraternidade.
Recordou-nos, em 2007, que este amor é fonte de esperança: “graças à qual podemos enfrentar o nosso tempo presente, o qual, embora custoso, pode ser vivido e aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho”.
Falando sobre o desenvolvimento humano integral, em 2009, lembrou-nos que este só efetivamente acontece quando construído na caridade e na verdade. Por isso, destacou, que “defender a verdade, propô-la com humildade e convicção e testemunhá-la na vida são formas exigentes e imprescindíveis de caridade”.
Bento XVI foi um pastor e teólogo. Na vida buscou conciliar fé e razão, justiça e caridade, temas recorrentes do seu magistério. Com a renúncia, trilhou o caminho da humildade e na emeritude ensinou a como nos preparar para o encontro definitivo com o Senhor.
Às portas de celebrarmos a Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria, e mais um dia de oração e compromisso pela paz, a CNBB pede que o Deus da Vida acolha o Papa Bento XVI em Sua paz e dê ao mundo a graça de incansavelmente trabalhar pela união, a paz e o bem comum.
Brasília-DF, 31 de dezembro de 2022