A Polícia Civil investiga o assassinato de um morador de rua atingido por um tiro disparado por um policial militar de folga. O caso ocorreu na madrugada de domingo (8) no Campo Limpo, zona sul de São Paulo. Testemunhas apontam homofobia como possível motivo para o crime. No momento do tiro, a vítima dançava perto do PM, conforme depoimentos.
De acordo com o boletim de ocorrência, policiais militares foram acionados para atender a um chamado na avenida Carlos Lacerda, onde um homem havia sido baleado. O endereço fica perto de várias casas noturnas. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram o morador de rua, identificado como Silvio Ferreira Coelho, 47, com um ferimento no rosto. Ele foi levado pelo Corpo de Bombeiros para um hospital, aonde chegou morto.
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O suspeito desmaiou dentro da viatura, foi levado ao Hospital do Campo Limpo e até a publicação deste texto seguia internado na unidade, sob escolta da Polícia Militar.
Ele não prestou depoimento. Testemunhas afirmaram à polícia acreditar que o policial atirou após ter se irritado com Coelho. Segundo uma delas, a vítima dançava com duas mulheres próximo a um carrinho de lanches onde o policial estava.
Ela diz ter visto o suspeito segurando e guardando a arma depois do disparo. Ainda segundo o relato, o PM se aproximou do corpo de Coelho, falou algo para ele e tocou seu rosto, sujando as mãos de sangue. "Os elementos informativos apontam que
Renato Tavares Rocha, aparentemente sem qualquer provocação, teria se incomodado com o fato de indivíduo homossexual dançar próximo a ele, efetuando um disparo de fogo em seu rosto, pegando a vítima de surpresa", diz trecho do boletim de ocorrência.
O PM foi preso em flagrante por suspeita de homicídio qualificado - por motivo torpe e mediante recurso que tornou impossível a defesa.
A Ouvidoria da Polícia acompanha o caso."Pelo relatório do boletim de ocorrência, há uma pessoa feliz dançando e cantando, um policial militar de folga está ali perto comendo um sanduíche e simplesmente vai lá e atira no rosto dessa pessoa. Qual motivação vou levantar para esse caso? O rapaz não brigou com ele, não mexeu com ele, não fez nada", disse o ouvidor, professor Claudinho Silva. O caso foi registrado pelo 89º DP (Jardim Taboão). A Corregedoria da Polícia Militar foi informada.