O Inea (Instituto Estadual do Ambiente) informou que, na sexta-feira, quando milhares de animais apareceram mortos, foram colhidas amostra de água para análise. O órgão disse ainda que o prazo para os resultados laboratoriais é de cinco dias.
O Inea é o responsável pela gestão ambiental da Lagoa de Marapendi e demais lagoas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá. A Comlurb faz a remoção apenas quando os resíduos chegam às areias das praias.
O trabalho, que vai seguir nos próximos dias, vem sendo feito com dez garis. A companhia também precisou usar redes e um caminhão compactador para transportar os componentes e resíduos, acumulados na encosta do canal desde sexta-feira.
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O biólogo Mário Moscatelli responsável por diversas pesquisas ambientais das lagoas e baías da cidade, afirmou à reportagem que há um volume estimado de 20 toneladas de peixes mortos no canal. "O volume é muito maior do que o recolhido pela Comlurb porque muito peixe se acumulou nos manguezais onde a empresa de limpeza urbana não tem acesso", disse.
Para o especialista, essa mortandade pode estar ligada às fortes chuvas dos últimos dias e a alta temperatura: "A lagoa vive no seu limite, por causa da poluição e problemas de saneamento na região, e qualquer alteração adicional pode gerar esse tipo de situação".
De acordo com Moscatelli, a mortandade dos peixes é relacionada à diminuição do oxigênio na água, que, por sua vez, está ligada à decomposição de matéria orgânica (esgoto).
"Isso é uma pequena parte da consequência histórica de 40 anos de esquecimento em políticas de saneamento e ordenação do solo dessas lagoas. A grande expectativa é para os próximos cinco anos com intervenções programadas nas lagoas da região e na ampliação e recuperação do sistema de saneamento", disse.
Em nota, a Iguá, responsável pelas questões de saneamento e passivos ambientais do sistema lagunar da região, disse que se solidariza com a situação e que já realizou investimentos que superam R$ 90 milhões nos primeiros 9 meses de 2022.
"O contrato de concessão estabelece ainda investimentos de R$250 milhões em ações que contribuirão para a revitalização do Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. A concessionária também destinará R$ 126 milhões para implantação de coletores de tempo seco que captarão esgoto despejado irregularmente na rede de drenagem e outros R$ 305 milhões para atendimento de áreas irregulares urbanizadas. Ao longo dos próximos anos, a previsão é de que a Iguá instale outros 50 pontos de captação em coletor", informou.