A Polícia Civil afirmou ter encontrado na tarde desta quarta-feira (18/1) um corpo enterrado no cativeiro onde teria sido mantida parte de uma família morta no Distrito Federal.
O delegado Ricardo Viana, responsável pelas investigações, afirmou ao programa Brasil Urgente, da Band, que não era possível saber o sexo da pessoa enterrada em Planaltina.
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Os corpos da cabeleireira Elizamar Silva, 39, de três filhos dela, da sogra e de uma cunhada foram encontrados entre sexta (13/1) e sábado (14/1). As seis vítimas foram encontradas carbonizadas dentro de dois veículos, localizados em estradas de Goiás e de Minas Gerais. Duas delas teriam ficado no cativeiro antes da morte.
A polícia agora procura o marido da cabeleireira e o pai dele -pai e avô das crianças. Também estão desparecidas uma ex-mulher do sogro de Elizamar e uma filha dele.
Três pessoas suspeitas de participação no crime foram presas nesta terça, um homem de 34 anos, detido à noite, que seria responsável por vigiar o cativeiro, e outros dois, de 56 e 49 anos, capturados anteriormente.
De acordo com a Polícia Civil do DF, um dos presos afirmou que pai e filho seriam os mandantes do sequestro da família e que o objetivo era ficar com o dinheiro da venda de uma casa. Mas, com o encontro do corpo desta quarta-feira, crescem as suspeitas de que eles também tenham sido mortos.
"Desde o início da investigação estávamos trabalhando com a hipótese de esses dois indivíduos que foram presos terem subtraído vultosas quantias dessa família e eliminado uma a uma as pessoas", afirmou o delegado Viana, na entrevista à TV. "As que não foram encontradas até o momento podem ser vítimas."
O delegado disse que polícia e bombeiros procuram outros corpos no local em Planaltina (DF). A Polícia Civil afirma que um dos presos teria vivido um tempo na casa do avô das crianças, onde teria obtido informações sobre a venda de uma casa da família, avaliada em R$ 400 mil.
"Durante a prisão foram encontrados R$ 10 mil com os autuados, os quais teriam recebido R$ 100 mil pela prática criminosa. Após a prisão, um dos presos indicou a participação do pai das crianças e também do avô, nos dois crimes citados. Portanto, os dois, que estariam constando como desparecidos, teriam tido participação efetiva no crime e depois fugido do DF", disse Viana, mais cedo.
Na manhã desta quarta, em entrevista ao programa Encontro, da TV Globo, os delegados Alexandre Lourenço e Rilmo Braga, da Polícia Civil de Goiás deram como certa a participação de pai e filho nos crimes. A informação, no entanto, foi rechaçada pela Polícia Civil do DF.
"Eles não são os responsáveis pelo inquérito. As informações que deram foram precipitadas, principalmente com relação a dizer que os quatro desaparecidos estão mortos. Isso é lamentável. A gente não trabalha com achismos. Pode ser que os quatro sejam até coautores dos crimes para matar os outros seis. Ainda faltam perícias e muitas diligências, não dá para fazer essas afirmações agora", disse Darbas Coutinho, chefe da comunicação da polícia do DF.
O caso
Elizamar e as crianças desapareceram na quinta (12). Os quatro foram vistos pela última vez ao sair da casa dos avós paternos das crianças.
A cabeleireira teria ido à casa da sogra a pedido do atual marido. Depois de ela sair do local com os filhos, não manteve mais contato com os familiares. No dia seguinte, foi comunicado às autoridades o sumiço da mãe e da irmã do marido de Elizamar.
No mesmo período, foram encontrados em diferentes rodovias de Goiás dois carros carbonizados com seis corpos dentro, no total.
Os policiais localizaram um Renault Clio todo queimado em uma rodovia na região de Cristalina, a 20 quilômetros da divisa do estado com o Distrito Federal, na sexta (13).
No veículo foram encontrados os corpos de uma mulher e de três crianças. A empresária era moradora de Santa Maria (DF) e dona de um salão de beleza próximo ao centro de Brasília.
Na manhã seguinte, a polícia foi acionada novamente para averiguar um segundo carro carbonizado, desta vez deixado às margens de uma estrada próxima a Unaí (MG). Dois corpos de adultos estavam dentro de um Fiat Siena.
O Clio pertenceria à Elizamar, segundo a polícia. O sogro dela seria o dono do Siena.